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Empresas municipais são «viveiros de tachos»

Acusação foi feita pelo deputado Fernando Rosas, durante a inauguração da sede de candidatura do Bloco de Esquerda à Câmara da Guarda

O Bloco de Esquerda acredita que vai reforçar a votação a nível nacional nas eleições autárquicas de 9 de Outubro e ambiciona eleger dois deputados municipais na Guarda. O dirigente Fernando Rosas esteve na inauguração da sede de candidatura de Jorge Noutel à autarquia guardense e não perdeu a oportunidade de lançar algumas “farpas” aos executivos socialistas que têm estado à frente da autarquia durante 30 anos consecutivos.

Nem um pequeno percalço com o elevador, que os reteve durante alguns minutos, fez os dirigentes bloquistas perderem o seu optimismo. A eleição de dois deputados para a Assembleia Municipal da Guarda, onde a número um é Paula Mamede, é a fasquia delineada pelo partido num concelho onde «aquilo que o PS fez ao longo de 30 anos na Câmara da Guarda foi, única e exclusivamente, o alargamento em termos habitacionais», critica. «O betão prevaleceu relativamente a outras estruturas que eram necessárias e urgentes e que o continuam a sê-lo porque nada disso foi conseguido», reforça. Intransigente quanto a uma auditoria às contas da autarquia, porque tem que haver «transparência», Jorge Noutel exige também que as empresas municipais sejam analisadas. Para além de continuar a defender a construção de um hospital novo, o BE foca a necessidade de haver um maior investimento público, com o cabeça-de-lista a apontar o dedo às verbas gastas no Polis. A «solidariedade territorial» do litoral para com o interior e a preservação do comércio tradicional, com a criação de uma “imagem de marca” são outras das apostas do BE. Jorge Noutel mostra-se confiante num bom resultado e revela que desde a apresentação da candidatura, em Junho, várias pessoas «mostraram disponibilidade» para abraçar o projecto do BE.

Também os dirigentes nacionais acreditam vir a alcançar um bom resultado no distrito da Guarda, onde o BE apresenta listas às Câmaras da Guarda e de Figueira de Castelo Rodrigo. «Estamos sub-representados no poder local e nesse sentido pensamos que em muitos concelhos do país o BE vai conseguir eleger pela primeira vez vereadores e, seguramente em muitos casos, deputados às assembleias municipais. Acreditamos que será este o caso do distrito da Guarda», sublinhou o deputado Fernando Rosas. De resto, o facto do BE apresentar nestas eleições candidaturas em cerca de 150 concelhos, contra as 50 de há quatro anos, é um sinal de que milhares de pessoas pelo país pretendem «rectificar o défice de representatividade a nível do poder local», considera. Acima de tudo, o BE pretende ser uma «alternativa de esquerda popular e socialista». Por outro lado, a Guarda é «exemplar do que é o PS quando está no poder, isto é, tem tudo a ver menos com transparência», denunciou. Reiterando que é necessário «transparência» nas contas das autarquias, Fernando Rosas foi ainda mais longe ao afirmar que as empresas municipais são autênticos «viveiros de tachos».

Ricardo Cordeiro

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