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Empresa de recuperação de imóveis degradados arranca na Covilhã

“UrbiCovilhã” vai ser presidida pelo vereador João Esgalhado e tem um capital social de 500 mil euros

A Câmara da Covilhã aprovou na última reunião do executivo a constituição da empresa municipal “UrbiCovilhã”, destinada a recuperar os imóveis degradados do centro histórico da cidade e das 31 freguesias do concelho. A sociedade será presidida pelo vereador com o pelouro da habitação, João Esgalhado, e foi constituída com um capital social de 500 mil euros, estando apenas a «aguardar a publicação da legislação que enquadra as novas sociedades de recuperação dos centros históricos» para entrar em actividade, adiantou Carlos Pinto.

A aprovação da empresa surge após o anúncio na semana passada da venda da renda dos 500 fogos de habitação social à banca por 20 anos em troca de um financiamento de seis milhões de euros para recuperar as quase duas mil casas degradadas no concelho. Com a “UrbiCovilhã, Carlos Pinto espera poder intervir já no próximo ano «num conjunto de 20 projectos que estão actualmente em execução e noutras habitações degradas», referiu, satisfeito também por poder ter suporte legal para «obrigar os proprietários a fazer obras e, em caso de recusa, expropriar as habitações». Encarada como a solução para recuperar os inúmeros imóveis degradados do “coração” da cidade e das freguesias covilhanenses, votadas ao abandono há vários anos, tal como “O Interior” alertou no ano passado (ver as edições 179, 180 e 181), a UrbiCovilhã será constituída entre a autarquia e privados para comprar, recuperar e vender todo o conjunto dos edifícios degradados que se encontram no concelho para habitação e comércio.

Apesar de concordar com a criação da empresa, Miguel Nascimento absteve-se na votação por o assunto só ter sido agendado durante a reunião. «Como gosto de saber o que estou a votar, abstive-me», justifica, criticando ainda que a aprovação da empresa tivesse sido anunciada antecipadamente no “Jornal do Fundão” quando a mesma nem sequer constava da ordem de trabalhos. Uma situação que, de resto, tem vindo a acontecer sistematicamente. «A Câmara da Covilhã não teve tempo para preparar os documentos para a criação desta empresa, mas teve tempo para enviar o assunto para alguma comunicação social. Parece-me ridículo ver essa notícia quando nem sequer constava da ordem de trabalhos», critica. A novel empresa deverá continuar o trabalho que se encontra a ser desenvolvido pelo Gabinete Técnico Local no Centro Histórico da Covilhã. Recorde-se que o GTL está a fazer o levantamento de todas as carências detectadas na zona histórica intra-muralhas para evitar e combater o abandono e desertificação da parte velha, estando previstos incentivos para que os habitantes, e em especial os mais jovens, se fixem no “coração” da “cidade neve”. A revitalização do comércio e serviços é uma das principais aspirações da autarquia, que pretende transformar o Centro Histórico num local turístico e atractivo para os moradores.

Protocolo para recuperar Garagem de S. João

A maioria social-democrata aprovou ainda um protocolo com os proprietários para requalificar o edifício emblemático da Garagem de S. João. O imóvel será reconvertido pelos proprietários, o empresário Francisco Antunes, para habitação e comércio, recuperando ao mesmo tempo todo o espaço envolvente do Largo de S. João de Malta.

Liliana Correia

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