Desfalcada de quatro titulares, todos castigados, e com dois médios adaptados a defesas centrais, a União Desportiva de Seia garantiu, no domingo, um ponto na deslocação à Lageosa do Mondego que poderá ter sido decisivo quanto à atribuição do título distrital. Isto porque, a quatro jornadas do final da competição, o líder do campeonato conservou a vantagem de seis pontos sobre o Aguiar da Beira, que, por folgar na última ronda, só poderá fazer nove pontos no máximo, enquanto que a formação treinada por António Fonseca tem hipóteses para conseguir 12.
O resultado que o Seia arrancou no reduto de uma equipa que, a jogar em casa, coloca sempre muitas dificuldades aos seus adversários, acaba por ser bem melhor que a exibição. De facto, nos primeiros 45 minutos, os senenses mostraram-se muito nervosos, parecendo acusar também a falta do treinador, suspenso preventivamente. Quem aproveitou foi a Lageosa que criou as melhores, e únicas, ocasiões do primeiro tempo. Aos 24 , o “gigante” Galhardo ganhou nas alturas aos centrais improvisados Paulo e Branquinho, surgindo Machado, em excelente posição, a cabecear fraco e à figura de Miranda. Apesar do domínio e de ter atacado muito, o melhor que o Seia conseguiu neste período foi um remate de fora da área de Pedro Correia, aos 35 , que Carlitos defendeu bem. Na jogada seguinte, o rapidíssimo Leonardo intrometeu-se entre os centrais contrários e rematou contra Miranda, cuja boa defesa evitou o golo. Ainda antes do intervalo, na sequência de um canto, Bolsa surgiu, sem marcação, a cabecear à figura de Miranda.
No segundo tempo, a Lageosa voltou a entrar melhor, apostando num futebol directo. Aos 52 , Galhardo ganhou mais uma vez de cabeça, com Leonardo a intrometer-se entre os defesas senenses, mas o desvio saiu muito torto. Ainda no mesmo minuto, Cascavel teve uma perdida incrível, já que, completamente isolado frente a Miranda, não conseguiu rematar nem fazer o chapéu ao guardião adversário. Na resposta, dois minutos depois, Chico, de fora da área, tentou a sua sorte, para defesa segura de Carlitos. Até que, aos 55 , os locais chegaram mesmo à vantagem. Perda de bola dos visitantes no meio-campo contrário aproveitada por Galhardo para servir Machado, que fugiu pela esquerda e, à entrada da grande área, desferiu um potente remate que só parou no fundo das redes de Miranda. Apresentando apenas juniores no banco e com os seus jogadores cada vez mais ansiosos, abusando do pontapé para a frente, parecia que o Seia teria que passar muitas dificuldades para evitar nova derrota. Contudo, aos 70 , Alex restabeleceu a igualdade no marcador. Samuel cruzou da direita e o lateral senense teve tempo para receber a bola e rematar à meia-volta.
A partir daqui, o Seia parece ter acordado e intensificou a pressão em busca do tento da vitória, enquanto que a equipa da casa recuou muito. Aos 83 , Magalhães, avançado dos juniores que substitui Gonçalo e que mexeu com o ataque do líder, teve mesmo nos pés a hipótese de desfazer a igualdade, mas, só com Carlitos pela frente, o jovem deslumbrou-se e permitiu a defesa do guarda-redes. Boa arbitragem de Renato Gonçalves. No final, Luís Patrício reconheceu que «se antes do jogo, o empate poderia ser um bom resultado, no final fico com uma sensação um pouco amarga, porque, pelo que fizemos, principalmente na primeira parte, poderíamos ter ganho», frisou. António Fonseca, técnico do Seia, recusou-se a fazer comentários.
Ricardo Cordeiro
