O touro é o rei do Carnaval mais internacional das redondezas. Em Ciudad Rodrigo, a pouco mais de 50 quilómetros da Guarda, a folia é outra e faz-se de encerros, capeias e touradas, para gáudio dos milhares de visitantes.
Durante cinco dias os miróbriguenses vivem aquela que consideram a «semana mais intensa do ano», durante a qual a pequena cidade fronteiriça mais parece o centro do mundo. Por lá se descobrem japoneses, americanos, alemães, muitos sul-americanos, entre outros, sem esquecer os espanhóis e os vizinhos portugueses. Todos ávidos de sensações fortes na praça ou na rua, mas também de divertimento e animação. De resto, os bares foram este ano locais muito procurados devido ao frio glacial e à chuva do fim-de-semana. Mas estes contratempos climatéricos não fizeram esmorecer o “Carnaval del Toro”, considerado o mais antigo de Espanha e a festividade mais importante de Ciudad Rodrigo. A “fiesta” resistiu e fez jus ao espírito espanhol da “movida”. Quanto aos touros, realce para as habituais colhidas. A mais grave aconteceu, no domingo à tarde, quando um estudante mexicano, de 21 anos, da Universidade de Salamanca foi atingido várias vezes no ventre pelo touro. O jovem, que chegou a correr perigo de vida, foi operado de emergência na enfermaria da praça e transferido para Salamanca. No sábado já se tinham registado três feridos, sem gravidade, durante a tradicional capeia e o desencerro.
