Leio o semanário da Guarda “O Interior” (10/08) e, no Editorial, vejo com espanto e incredulidade que os portugueses que vivem e trabalham no estrangeiro são mal recebidos quando cá vêm de férias…
Ora o que eu sei, por experiência própria, e por o testemunhar há dezenas de anos, é que esses nossos concidadãos são sempre muitíssimo bem recebidos por toda a gente; pelos familiares e amigos, pelas pessoas das suas aldeias de origem e até pelos bancos, que há muito se habituaram a “negociar” com as suas poupanças. Em muitas das aldeias foram alteradas as datas das festas tradicionais fixadas há séculos para coincidirem com as suas férias. É como se alguém mudasse o dia de Natal expressamente em nossa homenagem.
Diz o jornal que há quem se ria e faça troça. E quem se importa com isso? Para os emigrantes em férias essas pessoas nem sequer existem. Vivemos agora num país livre, cada um pode rir-se do que quiser e mais vale que haja parvos – a palavra quer dizer pequeno – alegres do que parvos tristes.
Natividade Tavares Lopes, Quinta do Ronfrio – Guarda