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Em Setembro mudamos para a parte nova

Entrevista a António Soares, director da Escola

– As obras estão atrasadas?

– Sim, um pouco. Talvez cerca de dois meses, já que as obras do sector em intervenção deviam estar acabadas a 25 de Abril e ainda não estão próximas do fim. A expectativa é que até ao início do verão a obra em grosso fique pronta, instalando depois o equipamento até à abertura das aulas em Setembro. O equipamento aliás já está em armazém.

O atraso terá nascido de um equívoco dos responsáveis da obra relativamente ao clima da Guarda, revertendo em falta de planeamento adequado, injustificável em empresas deste nível. A obra devia ter começado no Verão passado pela reestruturação do telhado, o que teria permitido trabalhar mais à vontade durante o inverno. Aliás a intervenção em Junho nos sectores agora ocupados avançará logo pelo telhado, pelo que sabemos, para evitar problemas.

– Quanto à oferta educativa para 2010/11, está próxima a decisão?

– Supõe-se que está mesmo para sair nos próximos dias. Assim, para além dos cursos científico-humanísticos que já temos agora, abrirão no próximo ano (se houver alunos para isso), nos Cursos Profissionais – 10º ano – os cursos de Técnico de Design, de Técnico de Artes do Espectáculo, de Técnico de Sistemas Fotovoltaicos, de Técnico de Restauração e de Técnico de Segurança e Salvamento em Meio Aquático, alguns dos quais não conseguimos abrir no ano passado. Isto para além do Curso Tecnológico de Desporto. Consideramos que temos condições para o bom funcionamento destes cursos tanto em recursos materiais e humanos e que eles correspondem a necessidades do mercado. Só no Curso de Técnico de Segurança e Salvamento é que precisaremos de instalações da cidade, nomeadamente as piscinas.

– Os CEF e os C. Profissionais continuam a fazer parte da política da escola para o sucesso dos alunos?

– Sim. No entanto no caso dos CEF, estando estes alunos a levantar sérios problemas de disciplina, creio que a política da escola terá de mudar já que não podemos estar a receber alunos que vêm de outras escolas que se querem livrar deles, exportando para aqui o que eles não querem.

Nos Profissionais, pelo contrário, temos de admitir que há alunos que, por opção, querem profissionalizar-se e acabar os estudos no secundário aprendendo uma profissão. Temos é de verificar, para adaptar a oferta, se os cursos que andamos a leccionar são necessários em termos de inserção na vida activa, nomeadamente na nossa zona. No entanto, também há alunos que pretendem seguir estes cursos para aceder com mais sucesso ao ensino superior.

– O fenómeno da indisciplina e da violência está a aumentar na escola?

– É um fenómeno transversal à maioria das escolas que têm CEF e cursos profissionais. O 1º período deste ano foi na verdade um período de muitas perturbações disciplinares, sendo também um período de selecção. Sendo já maiores na maior parte, a selecção tem de se fazer pela exclusão dos alunos que pensam que podem perturbar e incomodar os colegas que querem aprender. O 1º período, e em alguns casos o 1º ano, funciona como um período de selecção.

– As metas do aproveitamento devem ser alcançadas?

– As metas de aproveitamento foram planeadas a nível trienal e irão ser alcançadas com naturalidade. Relativamente ao abandono escolar, no 3º Ciclo, não tem havido problemas insolúveis. Nos Cursos Profissionais e em alguns CEF, quando um aluno maior quer ir embora, nós não podemos fazer nada e daí que não consigamos aí resolver os problemas de abandono.

Quanto ao aproveitamento, os planos de recuperação e acompanhamento, os CEF, etc. têm conseguido resolver os problemas mais prementes de aproveitamento. E ainda seria mais eficaz se houvesse Percursos Escolares Alternativos, que não têm tido procura.

– A política de horários e de distribuição de serviço para 2010/11 tem algumas orientações novas?

– Temos consciência de que as horas de coordenação lectiva marcadas no horário dos professores têm trazido bons resultados para o trabalho de planificação, de produção de materiais pedagógicos, etc. E continuaremos nessa linha.

Quanto às aulas com um só bloco semanal, poderá colocar-se a hipótese de dividir o bloco em 2 meios-blocos para melhor gestão do tempo lectivo: já recebemos sugestões para isso e vamos estudá-las. A eventual divisão das disciplinas por semestres só será equacionada depois da celebração de contratos de autonomia.

O CEF 6, na área da contabilidade, para alunos com disciplinas atrasadas no final do secundário, que vamos tentar abrir, terá uma mancha horária muito alargada e isso traz algumas restrições aos horários.

– As novas tecnologias, o Moodle e os quadros interactivos estão no centro da formação da escola?

– Os quadros interactivos serão objecto de uma série de acções de formação a distribuir por 3 anos mas que já começarão neste verão. Pretendemos também avançar com a utilização das plataformas pelos alunos; estamos já a enviar as convocatórias e outras comunicações por e-mail; assim que as obras estejam completas, avançaremos com a informatização dos sumários e das faltas. Temos a convicção de que há uma excessiva burocratização nomeadamente no 3º Ciclo e pretendemos combatê-la, facilitando a vida aos professores.

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