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Eleitos da Covilhã caminham até à Guarda para exigir reabertura da Linha da Beira Baixa

Iniciativa da Assembleia Municipal está a passar despercebida na cidade mais alta, onde os responsáveis políticos desconhecem a realização deste protesto

Caminhar entre a Covilhã e a Guarda pela linha do comboio é a forma encontrada para contestar o encerramento deste ramal da Linha da Beira Baixa e é o que vão fazer no sábado de manhã deputados da Assembleia Municipal, vereadores da Câmara da Covilhã e cidadãos anónimos. Depois de petições, moções e reclamações, o protesto faz-se ao caminho a partir das 9 horas, na estação da Covilhã, para exigir a reabertura da ferrovia.

Com 44 quilómetros, a ligação Guarda-Covilhã está fechada desde 2009, apesar de terem sido gastos 7,5 milhões de euros na melhoria da via entre Caria e Belmonte e mais 2,5 milhões na reabilitação do túnel do Barracão. Esta foi a única intervenção concluída no concelho da Guarda, onde pontes e ferrovia continuam por requalificar. Falta também a eletrificação do último troço da Linha da Beira Baixa até à cidade mais alta – atualmente, esta melhoria acaba na Covilhã, onde chegou em novembro de 2011. A caminhada surge no âmbito de uma proposta apresentada pelo grupo parlamentar do PSD na Assembleia Municipal da Covilhã. Na altura, o deputado Jorge Saraiva, autor do documento, justificou a iniciativa como forma de exigir ao Governo que «cumpra a promessa de realizar obras de modernização naquele troço e o reabra à circulação ferroviária o mais rapidamente possível». Na sua opinião, esta decisão «é fundamental para minimizar os custos dos cidadãos e das empresas que se viram penalizados com a introdução de portagens na auto-estrada da Beira Interior».

Por sua vez, Carlos Pinto, presidente da Câmara da Covilhã, considera que a desclassificação da linha da Beira Baixa e o encerramento do ramal de ligação à Linha da Beira Alta, na Guarda, vão «incidir de forma negativa no desenvolvimento económico do nosso concelho e da região». Dada a distância a percorrer, os promotores admitem que parte do percurso tenha que ser feito de carro até à Estação guardense, onde tencionam adquirir bilhetes de comboio para regressar à Covilhã. Curiosamente, na cidade mais alta, a ação da AM covilhanense está a passar despercebida. A Assembleia Municipal e a autarquia não foram informadas oficialmente da caminhada, enquanto os principais partidos desconhecem a sua realização.

REFER sem data para reabertura do troço

O troço da linha ferroviária da Beira Baixa entre a Guarda e a Covilhã vai continuar fechado este ano e no seguinte, conforme consta do último Diretório de Rede da REFER.

O documento apresenta as caraterísticas da rede ferroviária nacional e explicita as condições gerais para aquisição, na mesma, de capacidade e dos serviços inerentes. No caso da ligação entre as duas cidades da Beira Interior, a REFER assume que o troço continuará por explorar comercialmente. Atualmente, a empresa gestora da rede ferroviária não tem data prevista para a reabertura deste ramal.

Luis Martins Troço ferroviário entre as duas cidades está fechado desde 2009

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