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Eleições para reitor da UBI homologadas

Tutela não deu seguimento à denúncia anónima, aguardando-se agora a publicação do despacho em “Diário da República”

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) considerou improcedente a denúncia anónima que contestava o acto eleitoral para reitor na Universidade da Beira Interior (UBI), alegando irregularidades nos trabalhos de 6 de Abril. A eleição de João Queiroz já foi homologada por Mariano Gago, tendo o despacho seguido na segunda-feira para a secretaria-geral do ministério para publicação em “Diário da República”. O novo reitor, que deverá tomar posse no próximo mês, quebra agora o silêncio.

«Temos de nos demarcar deste tipo de pessoas, que não dão a cara», afirma João Queiroz, sem falar em nomes ou nas suas suspeitas relativamente à autoria da reclamação enviada para a tutela logo após a eleição. Nessa carta eram questionados os procedimentos do Conselho Geral antes e durante o acto eleitoral, incluindo uma acta, além de ser posta em causa a idoneidade do seu presidente, Carlos Salema. «No fundo, quem ficou a perder foi a própria universidade», considera o novo reitor para os próximos quatro anos, que sublinha que «o Conselho Geral e o seu presidente são idóneos», reiterando assim a sua «completa confiança» em Carlos Salema. Para o sucessor de Santos Silva é agora «mais importante pensar no futuro da instituição» do que falar na denúncia anónima, no seu conteúdo ou nas possíveis intenções do autor. João Queiroz explica que esta reclamação e o consequente adiamento na homologação das eleições – muito para além do prazo legalmente previsto, protelando a tomada de posse – veio atrasar a preparação do próximo ano lectivo.

Por isso, logo que seja empossado no cargo, o reitor pretende começar a preparar várias candidaturas a financiamentos e centrar-se na eleição e instalação dos novos órgãos das faculdades e departamentos, tal como exige o Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (RJIES). «Há agora muito trabalho a fazer na preparação do ano lectivo», garante. Já o presidente do Conselho Geral diz-se «satisfeito» com a homologação, referindo que «não esperava outro desfecho». «Quando tudo corre conforme a lei, com a dignidade e a lisura próprias de um acto académico desta importância, a homologação dos resultados era o único desfecho possível», considera Carlos Salema. O também presidente do Instituto de Telecomunicações (IT) prefere não tecer grandes considerações sobre a denúncia anónima, em consequência da qual foi solicitado pelo Ministério a prestar declarações. Depois de responder, Carlos Salema disse a O INTERIOR que a carta estava «cheia de inverdades» e «insultos» à sua pessoa, pelo que merecia estar no «caixote do lixo».

Ultrapassada a polémica, o responsável espera agora que a publicação em “Diário da República” do despacho homologatório aconteça ainda esta semana ou no início da próxima, não arriscando qualquer data para a tomada de posse do novo reitor. João Queiroz foi eleito a 6 de Abril na segunda volta das votações, que disputou com Santos Silva, no cargo há 13 anos. O vencedor conseguiu o voto de 16 dos 28 conselheiros presentes, enquanto Santos Silva obteve 12. A criação do Gabinete de Qualidade e do Gabinete de Ensino, a instalação do Instituto Coordenador de Investigação e a nomeação do administrador da universidade constituem as prioridades de João Queiroz rumo à implementação de «uma cultura de qualidade» na UBI.

João Queiroz deverá tomar posse no próximo mês

Comentários dos nossos leitores
raul marcan@iol.pt
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Um grande abraço para o novo reitor e sempre em frente. Raul
 

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