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Egiteam vai a França com veículo urbano

Este ano a equipa da ESTG produziu o carro mais barato desde 1998

“EgiUrban” é o nome do veículo que a Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) leva este ano à Shell Eco-Marathon. O projecto surge com uma mão-cheia de novidades, entre elas algumas restrições orçamentais. Mas nada que comprometa o protótipo, que participa hoje na primeira manga da prova no circuito Paul Armagnac, em Nogaro, no Sudoeste de França.

Pela primeira vez desde 1998, a Egiteam concorre na categoria “urban-concept”. Até aqui a ESTG construiu protótipos, mas agora o desafio é aproximar o veículo de um utilitário urbano. «É um projecto mais ambicioso», explica Jorge Gregório, engenheiro que coordena a parte técnica da Egiteam. O objectivo é conduzir o “EgiUrban” com um consumo médio de 0,5 litros aos 100 quilómetros, «10 vezes menos que um carro normal». O automóvel tem uma plataforma em ninho de abelha, revestida a fibra de carbono e kevlar. Outra novidade é o combustível. Nas edições anteriores, a Egiteam recorreu à gasolina, mas o motor a diesel deste ano permite usar gasóleo, óleo vegetal e biosiesel. Três alternativas que resultaram na escolha da primeira opção, que é temporária. «Possivelmente vamos dar o salto para as células de combustível», justifica o responsável pela equipa guardense. «A grande evolução deste modelo é relativamente à forma, mais amigável do ponto de vista do utilizador», elogia Jorge Gregório.

Por outro lado, este veículo permite que os condutores estejam sentados e já tem pedais para os travões, libertando assim alguns comandos do volante. De resto, as restrições orçamentais levaram a equipa a aproveitar muitos materiais que sobraram de anos anteriores, bem como a recorrer a um motor que já estava na ESTG desde 2001. Contenções que fazem do “EgiUrban” o mais barato de todos os veículos que a ESTG levou à Shell Eco-Marathon, com um custo inferior a seis mil euros. Das 26 pessoas envolvidas no projecto, 24 vão a Nogaro. O orçamento para a estadia é inferior a dois mil euros, pelo que a Egiteam abdicou do hotel e de outras mordomias. Modestos são também os objectivos deste ano – a classificação do carro –, pois «a grande experiência» e «as melhores soluções de peças» não foram testadas no seu conjunto.

Do IPG para a cidade, seria «perfeitamente concretizável ver este carro na Guarda dentro de dois ou três anos», com um consumo inferior a um litro aos 100, refere Jorge Gregório. No entanto, a ESTG dificilmente poderá comercializar o veículo, «mas a ideia é mostrar às pessoas que estas soluções são possíveis», esclarece o professor. «Queixamo-nos do preço do combustível, mas não nos queixamos minimamente do peso do automóvel, que determina em muito o consumo. É incrível como nós, que pesamos 80 a 100 quilos, precisamos de tonelada e meia atrás. Para além disso, alguns dos carros que conduzimos têm a aerodinâmica de um caixote», acrescenta.

Igor de Sousa Costa

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