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Efemérides

Agora Digo Eu

Comemorou-se na passada segunda-feira o 885º aniversário da batalha de S. Mamede onde Afonso Henriques expulsou Dª Teresa de Leão, sua mãe, tornando o então condado Portucalense num verdadeiro Estado independente.

Também, mas na passada sexta-feira, 883 anos depois deste feito, tomou posse no Palácio da Ajuda o XIXº Governo legítimo deste pequeno cantinho à beira mar plantado “a quem Neptuno e Marte obedeceram” e que ao longos de oito séculos fez cair mitos e lendas e abriu inúmeras janelas dando novos mundos ao mundo.

885 anos passados, Portugal tem a sua independência ameaçada. Vive um dos piores momentos da sua história, governado por um punhado de gente que reduz o salário em mais de 10%, que tenta acabar com o consumo das famílias, fazendo cair o PIB. Aumenta a dívida pública em 48 mil milhões de euros, corta pensões, reformas, reduzindo o direito à saúde e à educação, alarga o horário de trabalho, tentando despedir dezenas de milhares de trabalhadores da administração pública, enquanto todos os recursos vão parar às mãos dos especuladores, abutres e banqueiros, entregando-lhes 8 mil milhões de euros por ano (só em juros) ao mesmo tempo que vão arruinando centenas de milhares de famílias, de pequenas e médias empresas, afundando toda a economia e mandando para o desemprego um milhão e meio de portugueses, pedindo, sem qualquer decoro, aos jovens que emigrem, num processo de quem atirou a toalha ao chão. Citando Francisco Seixas da Costa, «um país que emigra não é um país que se prestigia»,

885 anos depois, Portugal vive atormentado pela agressão, onde apenas está a ser aplicada a receita pseudo-liberalóide que todos, sem exceção, já percebemos que não resulta. A obsessão e a teimosia saem em definitivo do campo político para entrarem em área de análise aos comportamentos, transformando este grupelho, que nos (des)governa, em autênticos transtornados obsessivos. Só pode.

Turquia, milhares de pessoas tentam evitar a construção de um centro comercial no parque Gezi, em Istambul, seguindo-se a contestação ao governo autoritário e pró-islâmico do primeiro-ministro Recep Erdogan.

Brasil, junho de 2013, milhões na rua pedindo melhores transportes, educação, saúde e contestando os gastos públicos, nomeadamente com o campeonato mundial de futebol. E tudo começou porque o bilhete do autocarro e metro de S. Paulo aumentou de 3 reais para 3 reais e 20 centavos (na nossa moeda, um aumento de sete cêntimos). Os brasileiros perceberam que isso era mesmo um roubo. Ah pois!!!

Fazendo minhas as palavras do (ainda) ministro que se engana em todos os cálculos: «O povo português é o melhor povo do mundo».

Bendita Pátria, de 885 anos, que tais filhos tem…

Por: Albino Bárbara

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