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Educar para as estatísticas?

ESPAÇO ASSOC. PAIS

Segundo o relatório da Comissão Europeia, os objectivos previstos para a educação que englobam 31 países, não estarão a ser completamente conseguidos. Portugal situa-se mais uma vez abaixo da média em quase todos os parâmetros de avaliação.

Há dez anos atrás a OCDE tinha definido como prioridade da sua agenda a qualidade do ensino. Actualmente está a dar mais relevância a outros parâmetros de avaliação tais como; a avaliação das escolas, avaliação dos professores e das aprendizagens.

Independentemente dos maus resultados alcançados pelo sistema educativo português, será interessante reflectir no impacto que estas análises começam a ter na opinião pública, na comunidade escolar, nos pais e nos alunos. Os media começam a dar cada vez mais importância e atenção a esta análise comparativa dos resultados internacionais.

Será que as Escolas têm que mudar as suas estratégias e objectivos e começar a preparar os alunos para as estatísticas? A nossa opinião é que não. Os alunos devem ser preparados não só para as médias e entrada nas universidades mas também para a articulação entre a escolarização, o emprego, a produtividade e o mercado de trabalho.

A qualidade e a excelência assumem-se, deste modo, como novos paradigmas de uma escola que se abre aos seus “clientes futuros”: as universidades e as empresas. A escola com qualidade é aquela que promove o progresso de todos os alunos em todos os aspectos do seu rendimento e aproveitamento assegurando que cada aluno consegue o maior sucesso possível e continua a melhorar de ano para ano, desenvolvendo e promovendo o desenvolvimento integral do aluno, não reduzindo o seu sucesso aos aspectos meramente cognitivos.

Provavelmente vamos continuar a assistir a mudanças que vão sem dúvida gerar alguma polémica e resistência, como é por exemplo o caso da introdução da educação sexual nas escolas.

A nova Ministra da Educação está a dar sinais de ser menos inflexível e ter mais sensibilidade para ouvir os diversos intervenientes. Já reuniu com os sindicatos de professores e representantes dos pais e ficou no ar um possível acordo em relação a matérias que têm sido objecto de contestação. Quanto a nós, pais e representantes dos mesmos, temos esperança que se chegue efectivamente a um consenso de modo a que haja paz social e estabilidade nas escolas para que os objectivos consagrados nos planos educativos sejam cumpridos e que o processo seja melhorado e simplificado de modo a não prejudicar as aprendizagens e os alunos.

O presidente da A.P.E.E.

Manuel Varelas

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