O ensaísta Eduardo Lourenço vai receber a 6 de Setembro, em Badajoz, o Prémio Extremadura para a Criação, instituído pelo governo regional daquela Comunidade Autónoma espanhola. Considerado uma das maiores distinções atribuídas pela Junta da Extremadura, o prémio, no valor de 42 mil euros, será entregue numa cerimónia a realizar no Museu Extremenho e Ibero-Americano de Arte Contemporânea (MEIAC), durante as celebrações do Dia da Extremadura.
Eduardo Lourenço foi um dos distinguidos na categoria de “Melhor trajectória literária de um autor Ibero-americano”, a par dos pintores Javier Fernández de Molina (Espanha), Alfredo Jaar (Chile) e do escritor espanhol Eugénio Fuentes. O júri foi presidido pelo escritor e Prémio Nobel da Literatura José Saramago. Para a atribuição do prémio a Eduardo Lourenço, o júri teve especialmente em consideração a obra de crítica e ensaio literário do autor sobre poesia. Foi igualmente considerada relevante a aproximação do ensaísta à modernidade, em geral, e à obra de Fernando Pessoa, em particular. Com a atribuição do Prémio Extremadura para a Criação, é reconhecida toda a obra de Eduardo Lourenço, na qual se destacam títulos como “Heterodoxia I” (1949), “O Fascismo nunca existiu” (1976), “O Labirinto da Saudade: psicanálise mítica do destino português” (1978) e “Nós e a Europa ou Duas Razões”, que lhe valeu o Prémio Europeu de Ensaio Charles Veillon em 1988.
O Prémio Extremadura para a Criação foi criado pela Junta da Extremadura em 2000 para estimular a actividade criativa e estreitar os laços culturais da região extremenha com Portugal e a comunidade ibero-americana. Até este ano, já tinham merecido a distinção os escritores Eugénio de Andrade, Ernesto Sabato, Sanchez Ferlosio, Juan Marsé e Juan Goytosolo, na categoria literária, bem como a bailarina Alicia Alonso, o cineasta Manoel de Oliveira, o cantor Enrique Moriente e o músico Gilberto Gil.
