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Eduardo Brito pede declaração de interesses dos adversários

Candidato à presidência da Federação do PS da Guarda considera que há cargos em jogo nestas eleições

Eduardo Brito acredita que das eleições para a presidência da Federação da Guarda do PS está dependente a próxima “dança das cadeiras” na chefia dos organismos desconcentrados do Estado no distrito. Tanto assim que o candidato desafia os elementos da lista de José Albano a apresentar uma «declaração de interesses», pois suspeita que a distribuição dos lugares já terá sido feita pelos principais apoiantes do seu adversário nas eleições de dia 24.

«Há algumas decisões que parecem estar tomadas, nomeadamente os candidatos a deputados, e lugares, como a direcção da Segurança Social ou o Governo Civil, que já terão sido prometidos», garantiu na última segunda-feira, durante a apresentação da sua moção – intitulada “Exigência e Ambição – ao serviço do distrito da Guarda”, na sede do PS. Pela sua parte, o presidente da Câmara de Seia, que compareceu apenas com o seu secretário e um dirigente socialista daquela concelhia, assegura que não prometeu «emprego a ninguém», nem quer ser deputado. Antes pelo contrário, anuncia que, com ele à frente da Federação, os parlamentares a eleger pelo distrito serão escolhidos em primárias. «A palavra deve ser dada aos militantes, até para se acabar com a ideia de que andamos todos atrás de um lugar», esclarece. Também o cabeça-de-lista deve ser um residente.

Eduardo Brito propõe ainda a criação de um gabinete de estudos, cuja função será «credibilizar o discurso do presidente da Federação e as suas propostas face ao poder central». Espera também lançar um conselho consultivo, formado por «pessoas externas ao PS», e o fórum “Novos Desafios”. O autarca voltou a realçar que não é «candidato a funcionário do partido» e promete ser «exigente face ao poder central», considerando que o PS precisa de «alguém sem compromissos». O que não será o caso de José Albano: «Tem uma visão do aparelho, muito fechada», opina. Eduardo Brito voltou a queixar-se de «obstáculos e condicionalismos» criados à sua candidatura, o último dos quais pela Comissão Organizadora do Congresso (COC). No entanto, afirma que só se dará por derrotado na contagem dos votos. «A minha candidatura é a única que traz a mudança e ideias claras para o distrito», apregoa.

Nesse sentido, entende que as Câmaras de Gouveia, Almeida, Sabugal e Manteigas estão «perfeitamente ao alcance» do PS nas próximas autárquicas, mas caberá ao próximo presidente da Federação «abrir caminho» para as conquistar. Em Seia, o também presidente da concelhia revela que o «seu candidato» é Carlos Filipe Camelo, isto numa altura em que têm surgido vários nomes alternativos. As candidaturas à presidência da Federação socialista estão assim fechadas. José Albano, cuja moção é “Guarda Maior – Agarrar o futuro”, entregou 1.250 folhas de assinaturas de militantes proponentes, tendo ficado na posse da COC somente 100, uma vez serem necessárias apenas 80 regulamentares, conforme os estatutos do partido. «É um gesto de solidariedade para com Eduardo Brito, que apenas conseguiu obter as 80 assinaturas regulamentares para poder ser candidato», esclarece a candidatura em comunicado. O congresso distrital está agendado para 8 de Novembro.

Luis Martins

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