A cerca de um ano do término do seu quarto mandato à frente da Câmara de Seia, Eduardo Brito anunciou que não será candidato nas eleições de 2009. O autarca considera que é tempo do seu ciclo terminar, até porque a lei de limitação dos mandatos autárquicos não lhe permitiria estar mais do que outros quatro anos à frente do município. Para o futuro, não enjeita a possibilidade de vir a ser candidato a deputado à Assembleia da República, embora garanta não pensar nessa hipótese nesta altura.
Questionado sobre os motivos que o levaram a não se recandidatar, Eduardo Brito diz que «não há razões»: «Vou cumprir 16 anos de mandato. Entendo que é tempo suficiente e que é preciso abrir a porta a um novo ciclo. Neste momento considero que é o melhor para o concelho, para o PS e para mim», considera, afirmando que o seu «ciclo terminou» e que esta decisão foi «maduramente pensada». Por outro lado, «prefiro ser eu a tomar a decisão de não me recandidatar do que ser a lei a impedir-me de o fazer», acrescenta. Sobre o futuro, declara que «é muito cedo» para falar disso e que não tem «qualquer plano», sendo que referir neste momento uma possível candidatura a deputado à Assembleia da República é «mera especulação». No entanto, admite que «tudo é possível, não estou a pensar nisso, muito sinceramente». No entanto, o candidato a presidente da Federação do PS da Guarda – por querer «dar um contributo cívico para a melhoria do distrito –, vai propor que os candidatos a deputados passem a ser «escolhidos em directas».
«Acabaram-se os “boys”, os “lobbies”, as cunhas de Lisboa e os deputados que, depois de eleitos, voltam as costas ao interior esquecido», defende. Sobre o trabalho desenvolvido desde que venceu as primeiras autárquicas em 1993, o edil diz-se satisfeito ao recordar «o que ambicionava» quando tomou posse pela primeira vez. Aliás, reconhecendo que «gostaria de ter feito mais», sustenta que a «cidade e o concelho estão melhores», invocando o «novo hospital e os acessos» como conquistas importantes. «Fiz e dei o meu melhor e tenho o sentimento de dever cumprido» sublinha Eduardo Brito, para quem «a esmagadora maioria obtida nas últimas eleições serão a melhor prova do meu trabalho». «É um serviço e um contributo que nós damos e que tem um ciclo e um tempo para ser feito, com entusiasmo, com força, com vontade. E a nossa vida é feita de mudança permanentemente», reforça.
Sobre o seu sucessor, o também presidente da concelhia socialista de Seia garante que o PS vai entrar «em discussão e antes do fim do ano apresentará o seu candidato». Apesar de não querer referir nomes, Eduardo Brito considera que há «duas ou três soluções muito boas de pessoas conhecedoras do concelho». A não recandidatura do actual presidente da Câmara de Seia deverá ser anunciada oficialmente no domingo, no âmbito de um convívio que o PS de Seia vai promover em Santa Marinha.
Ricardo Cordeiro