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Eduardo Brito diz-se o candidato de quem «não se revê» na governação de Álvaro Amaro

Na sua primeira declaração pública, o candidato do PS à Câmara da Guarda acusa atual maioria de não ter feito «nada pelo desenvolvimento e a sustentabilidade da cidade e do concelho»

Eduardo Brito apresentou-se anteontem como o candidato de «todos aqueles que não se reveem no modo de governação» da Câmara da Guarda. «A atual maioria liderada por Álvaro Amaro trabalha apenas para o imediato, para a imagem, com uma gestão do quero, posso e mando, e não fez nada pelo desenvolvimento e a sustentabilidade da cidade e do concelho», considera o cabeça-de-lista do PS à autarquia nas eleições de 1 de outubro.

O histórico socialista de Seia, de 61 anos, escolheu a sede do partido para a primeira declaração pública após o anúncio da sua escolha e assumiu já um compromisso, o de que ficará na Guarda nos próximos quatro anos. «Estarei cá como presidente da Câmara ou como líder da oposição no executivo. O mesmo não poderão garantir outras pessoas», disse Eduardo Brito, deixando no ar que Álvaro Amaro não vai terminar o próximo mandato. «Também tenho amigos no PSD e sei quais foram as condições exigidas por Álvaro Amaro ao partido», acrescentou, sem adiantar quais. «Venho para servir a Guarda e estou muito motivado e entusiasmado com este desafio», declarou o socialista, para quem o modelo de desenvolvimento da Guarda está «completamente ultrapassado». «É preciso atrair investimento, empresas, fixar pessoas e criar emprego, mas o que se fez nestes quatro anos nessa área é zero, nada», criticou Eduardo Brito. Para o antigo autarca de Seia, a que presidiu durante 16 anos, de 1993 a 2009, a melhoria do aspeto estético das rotundas «é importante, mas não pode ser a única preocupação do executivo. Aliás, a política das rotundas há muito que caiu em desuso».

Por isso, o candidato em que o PS aposta para recuperar um município perdido em 2013 após 37 anos de gestão socialista garante que, se for presidente, vai «canalizar grande parte dos recursos financeiros» da Câmara para a criação de emprego, remetendo para mais tarde a divulgação das suas propostas nesta área. O que anuncia desde já é que vai lutar pela «abolição» das portagens na A23 e na A25: «Não vou meter a viola no saco por o Governo ser do meu partido porque o desenvolvimento do concelho precisa que não haja portagens», considera o candidato, que antes da conferência de imprensa esteve reunido com António Costa, secretário-geral do PS e primeiro-ministro, que nessa tarde esteve em Famalicão da Serra. Eduardo Brito considera também que a taxa de IMI em vigor na Guarda é «elevada para uma cidade que quer captar pessoas, tal como as tarifas de água e saneamento».

PS está «reabilitado» na Guarda

Em termos políticos, o candidato assumiu-se «um socialista com orgulho da obra do PS na Guarda», onde «tudo o que é estruturante tem a marca do Partido Socialista». E afirmou que, «ao contrário de outros, não vou esconder o símbolo do PS», um partido que «não é um regimento comandado por uma pessoa que está na Câmara». O também presidente da comissão política distrital acha mesmo que as próximas eleições são a oportunidade dos guardenses se reconciliarem com o PS. «É o momento de todos poderem voltar ao PS, que é um espaço aberto, de liberdade, onde cada opinião conta. É também o tempo ideal para fazer mudanças e novos compromissos, pelo que vamos fazer a ponte para a nova geração e isso vai refletir-se nas nossas listas», promete.

Quatro anos depois, o candidato considera que o partido «já pagou» pelos erros do passado e está «reabilitado», sendo agora possível aos guardenses fazerem «comparações entre o que o PS e o PSD fizeram na Guarda». Pela sua parte, está confiante que «há condições para recuperar a nossa base eleitoral e até alargá-la porque vamos concentrar-nos naquilo que muda a vida das pessoas, a criação de emprego e a fixação de empresas». Eduardo Brito anunciou ainda que vai concorrer com listas próprias em todas as freguesias do concelho, exceto onde houver candidatos independentes que não apoiem qualquer candidato à Câmara. A apresentação oficial das listas deverá ocorrer em junho.

Luis Martins «Estarei cá como presidente da Câmara ou como líder da oposição no executivo. O mesmo não poderão garantir outras pessoas», afirma Eduardo Brito

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