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EDP vai indemnizar empresários e comerciantes da Guarda

O “apagão” do mês passado terá tido origem num cabo com defeito de fabrico

Na sequência do incidente eléctrico na madrugada de 1 de Junho, na subestação da Guarda, a EDP levou a cabo um inquérito para apuramento das respectivas causas, cujos conclusões já foram comunicadas à Câmara da Guarda, Associação Comercial (ACG) e ao Nerga – Associação Empresarial da Região da Guarda. O incêndio, que deu origem ao corte de electricidade durante mais de 15 horas, foi provocado por um curto-circuito que terá tido origem num cabo com defeito de fabrico. Recorde-se que o “apagão” provocou mais de 230 mil euros de prejuízos em comércios e empresas da cidade, que agora vão ser indemnizados pela empresa de electricidade.

O gabinete de comunicação e imagem da EDP dá conta, na nota informativa, que o incêndio ocorrido na subestação «deveu-se a um curto-circuito originado por uma falha de isolamento num dos cabos de entrada do transformador de potência número um». Segundo a mesma fonte, a falha de isolamento deverá ter tido origem «num defeito de fabrico do referido cabo», na medida em que, numa recente operação de manutenção à subestação, não tinha sido detectada qualquer anomalia. O incêndio tornou inoperacional o equipamento de comando e controlo dos dois transformadores com que a subestação está equipada, o que impossibilitou «a normal entrada em funcionamento do transformador de reserva». Além de que as elevadas temperaturas atingidas no interior do edifício da subestação da Guarda, acompanhadas da libertação de fumos tóxicos, «dificultou a acção das equipas da empresa e dos bombeiros da Guarda», esclarece. Só depois de terem sido providenciadas as condições de segurança indispensáveis à realização dos trabalhos de reparação é que se procedeu à substituição integral dos equipamentos e cablagens danificados. Dada à complexidade dos trabalhos, a EDP procedeu à reconfiguração da rede eléctrica, «iniciada imediatamente após o incidente, pelo que, cerca da 1h30 da madrugada do dia 1 de Junho de 2005, estava restabelecida a alimentação a cerca de 65 por cento da potência afectada, com recurso a subestações adjacentes», acrescenta o comunicado a que “O Interior” teve acesso.

A empresa de electricidade explica ainda que a ocorrência deste tipo de incidentes, face às regulares acções de manutenção levadas a cabo, «é de probabilidade extremamente baixa». Na altura, a Associação Comercial da Guarda (ACG) recebeu dezenas reclamações de empresas de restauração, supermercados e estabelecimentos com portas automáticas que não abriram nessa manhã, que invocaram prejuízos da ordem dos 30 mil euros. O seu departamento jurídico elaborou de imediato processos judiciais que foram entregues à EDP. «Já fomos convocados para algumas reuniões tanto com a área comercial, como da distribuição, onde nos foi garantido que a empresa iria assumir os prejuízos», adianta Jorge Godinho, presidente da ACG. Já o Nerga contactou 110 empresas da zona afectada e apurou danos que ultrapassam os 200 mil euros em cerca de 70 dessas sociedades. Na sua maioria empresas que foram afectadas por avarias em equipamentos, outras que tiveram produtos estragados ou por registarem quebras de produção. Todos estes processos foram enviados e tiveram, um mês depois, uma resposta. «Recebemos uma carta simpática com as conclusões do incidente e a informar que as empresas vão ser indemnizadas», revela com agrado Teixeira Diniz, presidente do Nerga. As empresas afectadas vão ter que contactar directamente a EDP, através dos contactos fornecidos, e apresentar os orçamentos detalhados. «Agora cada um vai ter que fazer por si», avisa o responsável.

Patrícia Correia

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