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Editorial

No passado dia 4 de Junho, a Guarda assistiu a um acto que embora simbólico, foi concerteza o início de mais um importante contributo para que a Guarda se continue a afirmar como cidade integrante da Rede Nacional de Cidades Estruturantes do Território Nacional – a assinatura do Protocolo do Programa Estratégico de Regeneração Urbana, no âmbito do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional, que irá ser implantado na nossa cidade até 2011. Foram nesta fase apresentadas 25 candidaturas, tendo sido seleccionadas apenas 6, uma das quais a da cidade da Guarda.

O Programa tem como principais objectivos promover a coesão e a inclusão social, promover os factores de igualdade entre sexos, estimular a revitalização socioeconómica, qualificar o ambiente urbano, reforçar a atractividade das cidades e potenciar a cooperação dos diversos actores urbanos.

Para implementar o Programa nesta cidade, a autarquia estabeleceu parcerias com a Associação de Comércio e Serviços do Distrito da Guarda, Centro Cultural, Social e Recreativo do Bairro da Luz, Centro Comunitário de Acção Social de S. Vicente, Culturguarda, EM e com a Agência para a Promoção da Guarda. Cada um destes parceiros irá desenvolver várias acções e iniciativas que complementarmente contribuirão para a plenitude do Programa.

Está previsto um investimento no valor global de 9.228.000,00 euros dos quais 6.000.000,00 euros serão financiados pelo FEDER, que visa não só intervenções de carácter material no Centro Urbano com destaque para o Centro Histórico e envolvente e em alguns bairros periféricos, como também acções imateriais ao nível da cultura e da comunicação.

Com estas intervenções pretende-se contribuir para uma cidade mais coesa, com mais qualidade de vida e identidade, fazendo com que a Guarda seja mais apetecível para visitar, consolidando o papel do Centro Histórico como espaço patrimonial de excelência do Centro de Portugal, para uma cidade mais planeada através da articulação do urbanismo operacional com o urbanismo regulamentar, para uma cidade mais competitiva através do desenvolvimento de projectos públicos numa forte articulação com os projectos privados geradores de emprego e de riqueza, dinamizando a emergência da Guarda como pólo de turismo, de serviços e de comércio estruturador da Beira Interior e para uma cidade participada com o envolvimento dos actores estratégicos da cidade na gestão e construção da urbe.

Este será, sem dúvida, mais um meio para valorizar a Guarda e dotá-la de instrumentos capazes de a posicionar perante os novos desafios que são exigidos às cidades da sociedade contemporânea.

Este Programa que assenta num novo modelo de gestão urbanística, com intervenções materiais e imateriais, só foi conseguido graças ao esforço do Executivo e é demonstrativo de que está atento às potencialidades da Guarda e sua afirmação, aos seus problemas e à forma de os resolver.

O Centro Urbano que assiste neste momento à requalificação das artérias do Centro Histórico que não tinham ainda sido objecto de requalificação, será contemplado neste Programa, com a criação de um Centro de Dia de Apoio ao Idoso do Centro Histórico, com a implementação de um Circuito Intergeracional, com a requalificação da Muralha Poente/Parque de Estacionamento da ACG, com a criação de uma Brigada de Manutenção do Espaço Público, com a videovigilância do Centro Histórico, com a requalificação do Largo João de Almeida e Envolvente à Torre dos Ferreiros, com a implementação do programa de Sinalética Patrimonial e, em termos de dinamização cultural, com a Teatralização da História da Guarda no Centro Histórico.

Quero ainda aproveitar este espaço para manifestar uma singela homenagem ao falecido Presidente da Junta de Freguesia de S. Vicente, amigo pessoal e prestável colaborador da Agência para a Promoção da Guarda.

Com a partida de Manuel Cerdeira deste mundo dos vivos, a Guarda, e em particular S. Vicente, está mais pobre. Ele era o homem que estava atento aos problemas que afligiam os seus colaboradores, os seus amigos, os amigos dos seus conhecidos e de todos os residentes da Freguesia da qual era Presidente. O Manuel Cerdeira estava sempre disponível para colaborar e ajudar e era o primeiro a arregaçar as mangas.

Tenho a certeza de que pessoa que fosse junto dele pedir-lhe apoio, ajuda ou colaboração ou que com ele trabalhasse era mais um amigo que ganhava pois ele não sabia dizer não e tinha uma maneira muito própria e muito sensível de abordar os problemas e as situações.

Estava sempre atento ao que o rodeava e era um voluntarista em prol da causa comum, do colectivo e do associativismo. A confirmar isto está a dinâmica que implantou na Freguesia de S. Vicente, o contributo que dedicava ao Núcleo Sportinguista e aos Gaiatos, entre muitos outros.

A Guarda não ficou somente sem um autarca exemplar, ficou também sem um homem bom e sem um munícipe que gostava da sua cidade.

Tive a oportunidade de lidar com o Manuel Cerdeira em várias ocasiões e projectos e ele tinha muitos mais projectos para a sua freguesia e cidade. Criámos uma bela amizade, deixa grandes saudades em muitos de nós e tenho a certeza que é impossível esta cidade esquecê-lo e deverá perpetuar a sua memória.

Bem Haja Manuel Cerdeira!

António Saraiva

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