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Editorial

Uma das consequências – gravíssima – da crise financeira que assola a economia mundial é a falta de liquidez existente no sistema financeiro internacional.

Em Portugal, esta falta de liquidez torna-se ainda mais grave em resultado de um conjunto de políticas desajustadas praticadas ao longo dos últimos tempos.

Torna-se assim necessária a injecção de liquidez na economia, em especial através do crédito bancário, de modo a assegurar que, por um lado, o sistema financeiro não corra o risco de insolvência e que, por outro, seja assegurada a função de financiamento da economia

Ao longo dos últimos meses temos assistido por parte do governo, ao anúncio de um conjunto de linhas de crédito a conceder às empresas através do sistema bancário português.

Acontece, porém, que os bancos com o aumento dos spread´s praticados e com o aumento dos critérios de selectividade na concessão do crédito – umas vezes é a estrutura de custos alegadamente pesada que as empresas possuem, outras vezes são os indicadores económicos e financeiros que não se encontram dentro de valores considerados razoáveis, … – tornam o acesso ao crédito cada vez mais difícil por parte das micro, pequenas e médias empresas.

Esta situação está a gerar significativos constrangimentos à actividade económica num momento em que estas empresas estão fortemente descapitalizadas.

Neste contexto, é urgente a tomada de medidas por parte do governo no sentido de evitar o bloqueio no acesso ao crédito que actualmente se verifica.

Assim, como defende a CCP – Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, uma das soluções poderia passar pela criação de uma instituição financeira com uma participação clara do Estado, dedicada exclusivamente ao apoio às micro, pequenas e médias empresas, com uma função mais económica e menos financeira.

Rogério Tenreiro

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