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Editorial

A situação económica das pequenas empresas é dramática. Aliás, segundo um estudo da Intrum Justitia, empresa líder na Europa na gestão de créditos e cobranças, 45% das PME em Portugal dizem que o atraso no pagamento dos seus clientes está a ameaçar a sua sobrevivência. Ou seja, quase metade das Pequenas e Médias Empresas (PME) correm o risco de encerrar. Este estudo indica ainda que mais do que a falta de acesso ao crédito, o não cumprimento de prazos por parte do Estado, empresas e consumidores é hoje o maior problema das PME e está a provocar danos crescentes.

Os números do relatório provam ainda que em Portugal se continua a pagar mal e tardiamente, o que cria uma cadeia de incumprimentos ao longo de toda a economia. Por exemplo, o Estado demora 133 dias a pagar sendo o pior pagador entre os clientes das PME. As empresas saldam as suas dívidas em 85 dias e os consumidores em 60 dias.

É com esta realidade que as empresas têm de trabalhar. É com estas circunstâncias que os empresários têm de procurar a sobrevivência dos seus negócios, num tempo de carência de dinheiro e em que a banca não facilita. Se o desemprego atingiu taxas recordes e já está a rondar os 18 por cento, com o estado de depressão e aniquilamento em que se encontram as PME’s (principal empregador nacional), esse flagelo irá continuar a aumentar.

O país precisa urgentemente de medidas que concorram para dinamizar a economia e salvaguardar postos de trabalho. E se todos os sectores são críticos, veja-se o ambiente que se vive com a restauração em que as empresas estão a sucumbir perante a brutal pressão fiscal imposta, nomeadamente com o aumento de IVA para a taxa máxima, sem que daí tenha resultado aumento de receitas para as Finanças, dada a queda abruta de vendas do sector. Mas se os cafés, restaurantes e afins têm novas e cada vez maiores dificuldades para sobreviver, o mesmo se passa nos demais sectores económicos. Se fecharem metade das PME’s será uma tragédia económica e social.

Luís Baptista-Martins

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