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Editorial

1. As dificuldades do país estão a contribuir de forma perigosa para a destruição das pequenas e médias empresas. Para além das contrariedades resultantes da crise, as PME’s estão oprimidas pela banca que não lhes facilita o crédito o que, como é óbvio, pode ditar o fim de muitas sociedades de pequena dimensão e frágil tesouraria. Aliás, se não houver alterações urgentes, nomeadamente com os próprios bancos a conseguirem financiar-se, serão cada vez mais as empresas a sentir dificuldades, não apenas pelo regresso do dinheiro caro, mas especialmente pelos obstáculos no acesso ao crédito por parte das empresas.

2. A promessa de descida da taxa social única continua a ser aguardada pelos empresários como uma das poucas alavancas para a recuperação da atividade empresarial. Na prática os resultados não deverão ser muito significativos, mas poderão permitir algum alívio na carga fiscal dos empregadores e contribuir, pelo menos, para a manutenção de postos de trabalho. Os empresários acreditam, pois, que com a descida da TSU será possível recuperar alguma competitividade, especialmente as exportadoras, e evitarem mandar mais trabalhadores para o desemprego.

Recorde-se que por cada 500 euros de salário de um trabalhador, a entidade patronal tem de pagar 23,75 por cento, ou seja, mais 118,75 euros que não vão para a reforma do trabalhador, nem servem para benefício desse trabalhador. Esse dinheiro é para pagar a segurança social no seu todo –a máquina pesadíssima da própria segurança social, os apoios sociais, as IPSS, as fundações, o desemprego… enfim, é com esses 23,75 por cento de TSU que o Estado se financia para assegurar o Estado Social de que tanto se fala. As empresas, o empregador, muitas vezes não retira qualquer benefício do pagamento dessa taxa e, por isso, sempre a considerou um exagero e sempre houve organizações patronais a defenderem a sua redução.

3. Com a abertura do IP2 até Longroiva o distrito da Guarda tem finalmente uma porta para o Douro. Ainda não chega a Foz Côa, mas falta pouco.

Com a autoestrada, Trancoso ganhou uma capitalidade extraordinária no nordeste beirão. É, sem dúvida, a localidade com mais potencial de desenvolvimento da região e das poucas onde se vislumbra estratégia de desenvolvimento.

Por: Luís Baptista-Martins

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