É hoje lançado, na Assembleia da República, o livro “Governo de Pimenta de Castro. Um General no labirinto político da I República”, do fozcoense Bruno Navarro, mestre em História Contemporânea.
Editada pela Coleção Parlamento, a obra será apresentada por Ernesto Castro Leal. Neste trabalho, o autor propõe uma nova leitura historiográfica a um dos períodos mais controversos e porventura menos estudados da I República portuguesa: o Governo do General Pimenta de Castro (janeiro-maio de 1915). Na prática, foi a primeira tentativa de governação conservadora, aparentemente resultante da primeira insubordinação militar bem sucedida (o “Movimento das Espadas”), apostada em interromper uma deriva radical, de permanente perturbação política e social desde a implantação do novo regime. Contudo, esta curta experiência governativa terminou violentamente derrubada pela revolução mais sangrenta da I República, com mais de duzentos mortos e mais de mil feridos, sobre ela recaindo, desde então, a suspeita de ter pretendido devolver o país à Monarquia.
Segundo o autor, a historiografia tradicional acabaria por atribuir ao governo de Pimenta de Castro a pesada responsabilidade de ter obrigado o regime ao seu primeiro desvio ditatorial, autoritário e reaccionário, iniciado por João Franco, nos anos finais da Monarquia Constitucional, e que se cristalizou com o advento do Estado Novo e o longo consulado de Oliveira Salazar. “Governo de Pimenta de Castro. Um General no labirinto político da I República” venceu em 2010 o Prémio “O Parlamento e a República”, atribuído pela Assembleia da República; o Prémio de História Contemporânea – Dr. Victor de Sá, do Conselho Cultural da Universidade do Minho e foi distinguido pela Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República.
