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Edifício da APAE divide covilhanenses, mas não altera o seu verdadeiro nome

No último número de “O Interior” (23 de Setembro) li atentamente a notícia sobre o conceito que os covilhanenses têm sobre o novo edifício da APAE, cujo assunto é assaz importante. Também tenho a minha discordância quanto ao estilo de “linhas modernas e contemporâneas da obra” que, digam o que disserem, não se enquadram com os edifícios existentes. A praça do Município – o Pelourinho – já é uma autêntica miscelânea de estilos, não se respeitando a antiguidade, tendo o abuso começado na década de 80, com a construção dos edifícios de forte propensão para o envidraçado.

Mas o motivo que me leva a dirigir-me a “O Interior”, de que sou leitor assíduo, e onde encontro cronistas de que sou amigo e apreciador, é o facto de verificar o lamentável desconhecimento, da jornalista Liliana Correia, da designação correcta da APAE, que nada tem a ver com uma “Associação de Pais”, onde muitos dos associados até já são avós.

A designação correcta é “APAE Campos Melo – Associação dos Antigos Professores, Alunos e Empregados da Escola Campos Melo da Covilhã”.

Esta associação, de que me orgulho ser um dos seus fundadores e ter participado nos principais actos, (..) foi a primeira do género (englobando, ao mesmo tempo, antigos professores, antigos alunos e antigos empregados) a ser criada no país. Assim o confirmou o Professor Doutor José Augusto Seabra, já falecido, então Ministro da Educação, aquando do início das comemorações do Centenário da Escola Campos Melo, a 8 de Janeiro de 1984, de que a Comissão Pró-Associação foi uma das pedras basilares nestas comemorações. A sede, uma doação de um dos associados e esposa, já falecidos, não foi nenhuma pêra doce, porquanto foi necessário desbloquear uma situação muito difícil com o antigo inquilino, embora com a casa já desocupada, que o proprietário tinha para solucionar há muito tempo, o que só se conseguiu com muito sacrifício e grande persistência, e inteligência, mormente do primeiro presidente da direcção.

De qualquer forma, a reconstrução da sede da APAE, com um novo edifício, além de vir a solucionar um problema de trânsito, há muito existente na entrada para a Rua Ruy Faleiro, foi uma autêntica doação da Câmara da Covilhã à associação – Carlos Pinto é antigo aluno da Escola Campos Melo e associado fundador, além de amigo desta associação –, cujo autarca já é conhecido como o “presidente do associativismo”. A actual direcção nada podia opor-se a estas obras, já que vai receber um novo edifício com condições óptimas para desenvolver as suas actividades culturais, vindo a Covilhã a poder contar, no coração da cidade, como uma casa de cultura onde certamente poderão apreciar variadíssimas exposições e outros eventos. A APAE terá que dizer obrigado à Câmara, pois fica mais enriquecida.

João de Jesus Nunes, Covilhã

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