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Economistas estrangeiros apoiam Manifesto dos 70

O Manifesto dos 70 de apelo para a reestruturação da dívida pública como resposta à saída de Portugal da crise recebeu o apoio de mais de 70 personalidades estrangeiras, na maioria economistas de renome internacional.

De acordo com a edição de hoje do jornal “Público”, o manifesto subscrito por 74 personalidades «transpôs a fronteira e já recebeu o apoio de economistas de 20 nacionalidades», dos EUA à Alemanha. «São economistas, muitos com cargos de relevo em instituições internacionais como o FMI, editores de revistas científicas de economia e autores de livros e ensaios de referência na área”, entre os quais Marc Blyth, da Universidade Brown, nos Estados Unidos, autor do melhor livro de 2013 para o Financial Times, “Austeridade”», revela o jornal.

O denominado Manifesto dos 70, tornado público há cerca de uma semana, é assinado por figuras da política de esquerda e de direita, como os ex-ministros das Finanças Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix, Francisco Louçã, António Saraiva, Carvalho da Silva, Gomes Canotilho, Sampaio da Nóvoa, além de empresários e economistas, e pretende ser «um apelo de cidadãos para cidadãos», explicou, na altura, João Cravinho.

De acordo com o “Público”, os economistas internacionais assinaram um documento, com um conteúdo muito semelhante ao manifesto promovido por João Cravinho, no qual declaram «total concordância» com o documento subscrito por vários políticos portugueses, empresários, sindicalistas, académicos e constitucionalistas. Dizem, nomeadamente, que apoiam «os esforços dos que em Portugal propõem a reestruturação da divida publica global, no sentido de obterem menores taxas de juro e prazos mais amplos, de modo a que o esforço do pagamento seja compatível com uma estratégia de crescimento, investimentos e de criação de emprego», escreve o diário.

Entre os apoiantes do Manifesto português encontram-se nomes como o de José Antonio Ocampo, antigo ministro das finanças da Colômbia e secretário-geral adjunto das Nações Unidas, atualmente consultor da ONU e do Independent Evaluation Office do FMI, além de Stephany Griffith-Jones, responsável pela apresentação do relatório sobre regulação financeira global na última reunião dos ministros das finanças da Commonwealth.

O dinamarquês Beng-Ake Lundvall, secretário-geral de Globelics e perito do Banco Mundial é também uma das personalidades subscritoras do manifesto internacional. Trata-se de um conhecedor da realidade do país, já que foi consultor do Governo português na última presidência na União Europeia e um grande especialista mundial em economia da inovação. Há cerca de uma semana Pedro Passos Coelho acusou os subscritores do manifesto pela reestruturação da dívida de serem «os mesmos que falavam na espiral recessiva» e citou o Presidente da República, Cavaco Silva, apoiando a ideia expressa pelo chefe de Estado no passado segundo a qual falar em reestruturação da dívida seria um ato de «masoquismo».

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