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«É preciso estar um passo à frente»

Cara a Cara – Romeu Afonso

P – Quais os objetivos que levaram à criação da Academia de Arbitragem de Futsal da Beira Interior?

R – A Academia nasce da vontade de um grupo de pessoas interessadas na arbitragem, em especial na vertente de futsal, tendo como base principal a formação inicial e contínua dos árbitros, mas também dos vários agentes que influem nesta modalidade. O objetivo formal é a formação, mas também o desenvolvimento de novos métodos e técnicas de treino, a interação mais positiva com os restantes agentes, assim como o fortalecimento das relações entre os árbitros e as suas famílias.

P – A necessidade de constante formação dos árbitros é um ponto essencial?

R – É o ponto essencial. É essa a aposta da FIFA, da FPF, da AFCB e terá de ser também a aposta da Academia e de cada um individualmente. O jogo e as Leis de Jogo mudam ou têm interpretações diferentes com alguma regularidade e é preciso estar um passo à frente.

P – A iniciativa de lançamento suscitou uma grande procura. É um bom sinal?

R – O sinal é ótimo mas sem qualquer deslumbramento. É verdade que estiveram presentes todo o tipo de agentes, para além dos árbitros de futsal, estiveram muitos árbitros de futebol, treinadores, jogadores e muitos “convidados” de outros distritos, o que para um domingo de junho, em finalíssimo de época, foi positivo. Mas isto foi só um começo, só uma ação. Queremos árbitros, treinadores e jogadores a trabalhar connosco sempre que lhes seja possível e assim seja desejável. Com os árbitros em especial, o trabalho passa por ser semanal, mas com abertura de todos para trabalhar diariamente se assim for necessário. Um estágio de pré-época (em colaboração com o NAF Sintra), o XIX Encontro Nacional de Árbitros de Futsal e uma Ação de Formação com os Treinadores são iniciativas já definidas, às quais se junta a formação em sala e pavilhão dos árbitros que começará durante o mês de setembro.

P – A Academia vai ficar sedeada onde?

R – A Academia não tem uma sede fixa. Foi um pressuposto base para começar a trabalhar, a formar e a ter cada dia melhores árbitros. Uma sede é um espaço físico que não acresce nada a uma vontade constante de aprender. Em poucos dias, antes e depois da iniciativa, tivemos várias portas que se abriram para podermos realizar o nosso trabalho e sem dúvida que uma descentralização das atividades é, na minha opinião pessoal, um passo fundamental para o sucesso, sendo o que falta em muitos sectores. Como grandes polos centralizadores de árbitros e demais agentes, obviamente que Covilhã, Guarda e Castelo Branco centrarão a maioria das atividades, mas não só…

P – Há muitos jovens da região interessados em serem árbitros de futsal?

R – Uma resenha histórica não permite aferir de tal interesse ou não. O Conselho de Arbitragem da AFCB promoveu em outubro de 2010 o primeiro, e único, curso de candidatos a árbitros de futsal na sua história. Nessa altura, a procura, só pela vertente de futsal, pode dizer-se que foi razoável e em linha com a tendência da arbitragem nesta zona do país.

P – É mais fácil ser árbitro de futsal ou de futebol de onze?

R – São funções, acima de tudo, diferentes. Existem qualidades nos árbitros que devem ser comuns a ambas vertentes, pois em ambos os casos os árbitros correm, apitam, mostram cartões e interagem com jogadores, treinadores e dirigentes. Como especificidades, diria que o mediatismo, o número de decisões, a dimensão do espaço em que se tomam as decisões ou os tempos de descanso físico e mental são diferentes. Felizmente e oportunamente experimentei ambas e não vejo nenhuma como mais fácil.

Romeu Afonso

«É preciso estar um passo à frente»

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