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É preciso confiança para a mudança!

Crónica Política

Os quarenta anos da Revolução de Abril estão próximos, graças às forças confluentes dos Capitães de Abril com o Povo, muitos deles, interpretando o profundo sentimento dos trabalhadores e do povo, desferirem o golpe militar que pôs fim à ditadura fascista, restabeleceu as liberdades e abriu caminho para a instauração do regime democrático.

Como dirigente sindical da CGTP-IN não posso deixar de enfatizar o grande momento de massas após a Revolução, o grande, o primeiro 1º de maio em liberdade, data histórica que deu um impulso revolucionário da luta de massas como expressão da imensa alegria e orgulho de quem, vivendo e lutando contra a opressão e a tirania fascista, ali estava para assumir a sua participação no processo revolucionário e selar a aliança Povo-MFA. Volvidos estes anos, tenho o dever de exaltar estas duas datas históricas fundamentais para os portugueses.

Desde então, quem acredita genuinamente nos valores revolucionários do 25 de Abril nunca poderá abandonar quem trabalha, na voz e na luta, de todos aqueles e aquelas que ambicionam a construção de uma sociedade mais justa, baseada nos valores da justiça, da igualdade, da solidariedade e do progresso económico e social – os valores de Abril.

Não foram apenas os atores políticos com o apoio dos militares que permitiram a transformação, foi sobretudo a participação e luta de milhares de trabalhadores que fortaleceu as conquistas políticas, económicas, sociais e culturais que definiram o regime democrático consagrado na Constituição da República Portuguesa de 1976. Enfatizo essa data, volvidos seis anos, os verdadeiros responsáveis pela destruição das conquistas de Abril, PSD/CDS/PS amputavam a Constituição libertadora da revolução.

Hoje, a política de direita, corporizada pelo governo PSD/CDS aprofunda os ataques aos sindicatos, destroem a contratação coletiva e esmifram as funções sociais do Estado. Melhor exemplo, a portaria da reforma hospitalar, que rouba todos os hospitais do interior com consequências nefastas para as populações.

Com a mesma determinação é urgente o Povo, com a arma democrática que tem ao seu dispor, o voto, derrotar os contra revolucionários do presente, travar a luta de massas contra boicote económico do grande capital, este suportado pelos governos burgueses que os servem contra os direitos sociais e laborais, conduzida pelo grande patronato e por sucessivos governos.

Há falta de liberdade nas empresas e locais de trabalho, há chantagem psicológica sobre os trabalhadores, não só devido à elevada precariedade, desemprego e pobreza, mas sobretudo aos mais elementares direitos humanos.

É todo este património de direitos e valores, incluindo o próprio regime democrático, que a política do Governo PSD/CDS põe em causa. Trata-se de uma tentativa de ajuste de contas com o 25 de Abril, visando restaurar os privilégios do grande capital, os mesmos interesses a quem a ditadura fascista serviu durante 48 anos.

Cabe-nos a nós, enquanto trabalhadores, prosseguir a resistência e a luta para pôr fim a esta política e retomar os caminhos de Abril.

Abril e Maio de novo, com a força do Povo, esta transformada no voto pelos valores de Abril.

Por: Honorato Robalo

* Dirigente da Direção da Organização Regional da Guarda do PCP

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