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«É impossível ter uma carreira profissional em Portugal»

Cara a Cara – Entrevista

P – Quais são os objectivos do primeiro português a qualificar-se para a prova de ténis de mesa nuns Jogos Olímpicos?

R – O primeiro objectivo era qualificar-me para os Jogos, pois era um sonho que tinha desde que comecei a jogar ténis de mesa. Agora que alcancei este primeiro objectivo, espero chegar na minha melhor forma para a competição e dar o meu melhor. O que posso prometer é que tudo pode acontecer.

P – E as suas expectativas?

R – As expectativas para um atleta que participa na competição mais importante de todos os desportos é chegar ao dia dos jogos e estar ao melhor nível, além de entrar com uma vontade enorme de vencer e representar da melhor forma o meu país.

P – Acredita que esta participação pode contribuir para o desenvolvimento da modalidade em Portugal?

R – Espero que sim. O ténis de mesa é uma modalidade que muito tem dado a Portugal e tem feito grandes resultados, tanto nas camadas jovens como no escalão sénior. E é uma pena que os meios de comunicação social não dêem o destaque que este desporto merecia. Fico triste quando vejo modalidades que não têm sequer um terço dos resultados do ténis de mesa a aparecerem cinco vezes mais nos meios de comunicação social. Espero, sinceramente, que esta participação seja uma rampa de lançamento para o ténis de mesa em termos de divulgação e desenvolvimento em Portugal.

P – Parece-lhe possível desenvolver uma carreira profissional no nosso país?

R – Infelizmente, é impossível ter uma carreira profissional no nosso país. Os clubes são amadores, as infraestruturas não são as melhores, a qualidade dos atletas também não é grande e foi por isso que eu tive de emigrar. Emigrei para continuar a evoluir e a ser melhor jogador. Hoje, considero que foi a melhor decisão que pude tomar, porque sou dos melhores jogadores da Europa e do mundo.

P – Qual é a sua relação com Almeida?

R – Eu nasci na Guarda, mas quando venho à Beira Alta passo a maior parte do tempo em Nave de Haver, terra natal dos meus pais. Sempre que posso – embora não tenha quase nenhum tempo livre –, venho com grande agrado a Nave de Haver ver a minha família e passar algum tempo com ela. Gosto bastante das capeias e garraiadas que por ali se fazem, principalmente no Verão.

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