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E depois do adeus

Agora Digo Eu

A cidade regressa à normalidade ficando com um aspeto um pouco mais interessante e quiçá mais bonita, com arranjos que são bem merecidos. A Guarda recebeu bem. O 10 de Junho de 2014 fica para a História da cidade, do país e de toda a comunidade, espalhada em aquém e além-mar, numa demonstração que somos capazes de assumir por inteira a nossa hospitalidade e portugalidade. O Presidente da República partiu. O 1º ministro também. A vida dos portugueses continua igual.

Dos dois mil milhões de euros de cortes temporários, o governo vai passa-los a definitivos, esquecendo-se que estes cortes e a CES, sobre as pensões, eram uma situação de emergência enquanto o programa de ajustamento estivesse em vigor. Até ao final deste mês os funcionários públicos vão saber o que os espera em 2015, estando para breve uma nova tabela salarial. E como a contratação do sector privado é feita tendo por base a da função pública, percebe-se muito bem o que irá acontecer. Neste cantinho democrático, à beira mar plantado, por acaso o Orçamento de Estado de 2014 entra ou não em vigor a 1 de Janeiro e termina a 31 de Dezembro? Se assim é como é possível a analise e reflexão constitucional de apenas meio orçamento? Ou será que a Constituição refere que a execução orçamental é semestral? Haja Deus ou este é mesmo o pais “faz de conta”.

É por isso que não me admira que Cavaco fosse eleito por um quarto da população. Que em 23 de Janeiro de 2011 tivesse a atitude estúpida para com os adversários. Que depois de escutar as palavras do presidente Juan Manuel Santos, na feira do livro de Bogotá, onde Saramago foi devidamente homenageado, ficasse em completo silencio, fazendo o mesmo quando o presidente checo Vaklav Klauss lhe mandou esconder o deficit, ou o seu ministro Cadilhe o alcunhou de “pai do monstro” e isto sem esquecer as afirmações que a reforma não chega, que tem escutas em Belém e, enquanto esteve por cá, deveria assumir que foi ele o principal e primeiro culpado do celebre folhetim Hospital da Guarda que tanta tinta já fez correr e que vai fazendo jus ao celebre chavão popular “O que nasce torto, tarde ou nunca se endireita”, como também pouco ou nada me admira o comportamento liberalóide e subserviente ao capitalismo selvagem troikiano do 1º ministro de Portugal, que apenas demonstra saber fazer lançamentos no livro de merceeiro do deve e haver, prolongando o programa de assistência, num verdadeiro vira o disco e toca a mesma, castigando os mesmos de sempre, percebendo-se o incomodo que demonstra em lidar com as adversidades, próprias do funcionamento da democracia, numa autentica impreparação para desempenhar a função de chefe de um governo, onde todas as jogadas são facilmente detetadas, como esta da almofada dos 900 milhões, que dizia ter e serviria para oferecer o rebuçadito eleitoral em 2015. E, se por acaso ainda alguma duvida houvesse, bastava ouvir as últimas afirmações acerca dos juízes do palácio Diogo Ratton.

Vai sendo mais que tempo de ir embora. Está a mais. Cheira a bafio. É que depois de tanta asneira comportamental na governação do país, prejudicando Portugal e os Portugueses, não sei mesmo se o atual primeiro-ministro ainda terá coragem de continuar na vida política e quiçá com vontade de substituir o João Adriano Almeida candidatando-se à Junta da União de Freguesias de Constantim e Vale de Nogueiras para gerir o Assento ou mesmo o Carro Queimado. Pois é…Tal como diz a canção de Paulo de Carvalho, «Teu lugar a mais. Tua ausência. E depois de nós o adeus. O ficarmos sós». É que na maior parte das vezes é bem melhor ficarmos sós que tão mal acompanhados.

Por: Albino Bárbara

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