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«É altura de apostar na formação específica das pessoas»

O presidente do NERGA considera que as Novas Oportunidades devem «virar-se para as necessidades das empresas, em vez de continuar a dar formação avulsa»

O presidente do NERGA – Associação Empresarial da Região da Guarda considera que chegou a altura do país apostar na «formação específica das pessoas, mais virada para as necessidades das empresas e das instituições, em vez de continuar a dar formação avulsa». Elogiando o programa Novas Oportunidades, Pedro Tavares defende que esta iniciativa deve agora contribuir para melhorar as qualificações técnicas da mão-de-obra da região.

O apelo foi feito durante a passagem do ministro do Trabalho e da Solidariedade Social pelo NERGA. Na última sexta-feira, Vieira da Silva, acompanhado de todos os seus secretários de Estado, participou na entrega de mais de 200 diplomas de Novas Oportunidades aos formandos do centro sediado na associação empresarial, que já certificou mais de 1.800 adultos. Antes, ouviu Pedro Tavares alertar que é necessário formar mão-de-obra qualificada, que «tanta falta faz às nossas empresas», sublinhando também que o combate ao desemprego se faz com «mais investimento público e privado, além do alargamento do crédito às PME’s, que são o motor da economia regional e até nacional». O governante ouviu e respondeu com as medidas previstas na “Iniciativa Emprego 2009”, cujo objectivo é fazer frente ao crescimento do desemprego e às suas consequências.

Há quatro eixos prioritários que contemplam apoios à manutenção dos postos de trabalho, ao acesso dos jovens ao emprego, ao regresso ao emprego e ao alargamento do subsídio de desemprego a mais beneficiários. Isto, porque se constatou nos últimos meses que muitos dos novos desempregados não tem descontos suficientes para receber esta compensação. Vieira da Silva esteve depois na Câmara da Guarda para assinar o Contrato Local de Desenvolvimento Social, que consiste em «dinamizar as respostas especiais que existem em cada concelho para ajudar as instituições e as famílias a prepararem-se melhor para as dificuldades de hoje, em particular os mais carenciados», explicou o ministro, sublinhando que este contrato é «muito direccionado para combater a pobreza e a exclusão social». Neste périplo pelo distrito, o titular da pasta do Trabalho e Solidariedade Social rubricou mais dois com as autarquias de Celorico da Beira e Seia.

No concelho serrano, o ministro teve uma agenda carregada. Assinou o protocolo com vista à construção do novo Centro de Emprego e Formação Profissional de Seia e participou na cerimónia de entrega de 34 casas recuperadas pelo município no âmbito do Programa de Conforto Habitacional para Pessoas Idosas (PCHI). Neste particular, Vieira da Silva admitiu a possibilidade da iniciativa prosseguir: «Creio que é um programa que vale a pena continuar a investir, principalmente nos distritos do interior, onde o fenómeno dos idosos isolados tem mais incidência», declarou. No sábado, a comitiva governamental regressou à capital do distrito para inaugurar a residência sénior da Fundação Augusto Gil. Curiosamente, o projecto não foi apoiado pela Segurança Social, tendo sido inteiramente suportado pela instituição que, para o efeito, contraiu um empréstimo bancário de 500 mil euros.

O edifício dispõe de 26 quartos, algumas suites e alia «o conforto de uma casa aos serviços disponibilizados num hotel». Os seus utentes terão acesso a cuidados médicos e de enfermagem, ginásio, spa e outras actividades. A mensalidade média prevista ronda os 1.300 euros.

Luis Martins

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