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DURA triplica número de trabalhadores com novas encomendas

Nova área de produção com 10 mil metros quadrados deverá ficar pronta nos próximos quatro meses

A fábrica da Dura Automotive, sediada em Vila Cortês do Mondego, vai aumentar a produção e triplicar o número de trabalhadores – para mais de 400 operários – graças a duas novas encomendas da BMW e Mercedes, contratadas para os próximos 20 anos.

A novidade foi revelada na última reunião de Câmara, na passada segunda-feira, por causa de um pedido de parecer e autorização para obras de ampliação num pavilhão anexo à actual unidade da multinacional norte-americana de componentes para automóveis. Sem adiantar muitos pormenores, Vítor Santos, vereador com o pelouro das actividades económicas, disse tratar-se de uma nova área de produção com 10 mil metros quadrados que deve ficar pronta nos próximos quatro meses. Segundo foi dito na sessão, este investimento também foi disputado pelo município de Pinhel, onde poderia ocupar as antigas instalações da fábrica de calçado Rohde. O executivo congratulou-se com esta decisão, tendo recordado que a fábrica tem vivido momentos conturbados nos últimos dois anos.

«A Dura esteve quase para fechar, mas, felizmente, parece ter dado a volta e vai agora reforçar a sua presença no concelho. É uma muito boa notícia, oxalá a Guarda tivesse outras como esta», declarou Rui Quinaz, vereador do PSD. Pela parte da maioria, a palavra de ordem é que será Joaquim Valente a revelar, brevemente, mais informação sobre o investimento. No entanto, Virgílio Bento, que presidiu à sessão, não deixou de reconhecer que o momento é de «grande satisfação». O vice-presidente do município sublinhou ainda que a decisão por parte do grupo norte-americano «não caiu do céu, foi algo que exigiu muito trabalho do presidente da Câmara». Actualmente, trabalham 140 pessoas na Dura, que fabrica componentes e acessórios para automóveis nas instalações da antiga Femsa desde a década de 90. A empresa esteve em “lay-off” entre Março e Agosto do ano passado devido à falta de encomendas e à redução da produção. A situação motivou o despedimento de cerca de 50 colaboradores. Já este ano, os trabalhadores fizeram um dia de greve por causa das negociações salariais e conseguiram um aumento de 25 euros.

A polémica do hospital central

A reivindicação do hospital central para a Covilhã foi outro assunto em destaque nesta reunião, com Rui Quinaz a elogiar o Governador Civil e a criticar o silêncio da Câmara. Na sua opinião, Santinho Pacheco tem sido «interventivo na defesa dos interesses da Guarda e contra a sua subalternização face à Covilhã, ao contrário da autarquia e do PS, cujo silêncio estranhamos. A Câmara devia ter sido a primeira a defender os interesses da cidade». Na resposta, Virgílio Bento contra-atacou dizendo que foram «os Governos do PSD que construíram os hospitais de Viseu e da Covilhã e ignoraram completamente a Guarda». Mais, segundo o vice-presidente, este último esteve «quase a ser hospital central», o que só não terá acontecido porque o Governo mudou. «Receio que a posição de Carlos Pinto tenha sucesso se as condições políticas se alterarem», avisou, lembrando que a remodelação do Sousa Martins foi uma «promessa cumprida» do actual primeiro-ministro.

«O financiamento para as obras da segunda fase já está aprovado, são mais 40 milhões de euros», acrescentou. Política à parte, Virgílio Bento também elogiou Santinho Pacheco e justificou o silêncio da autarquia: «Falou quem tinha que falar, alguém com responsabilidades distritais, pois o hospital é distrital», disse. O executivo congratulou-se ainda com o sucesso do treino da selecção nacional de futebol na cidade, mas o vereador do PSD aproveitou para saber o que é feito do projecto do centro de estágios de alta competição. «A Guarda não teve condições para acolher a selecção porque este grande projecto do passado nunca se concretizou, apesar dos projectos terem custado cerca de 1,5 milhões de euros», criticou. Vítor Santos, responsável pelo pelouro do Desporto, começou por esclarecer que os projectos «só custaram 150 mil euros» e revelou depois que «a Guarda tem que construir primeiro um complexo desportivo e só depois se verá relativamente ao centro de estágios». Uma coisa é certa, o processo vai voltar ao início, pois «nunca vi o projecto de que se fala». Quanto ao futuro complexo, «a sua construção poderá arrancar no final do ano, já que se está na fase de análise das propostas», adiantou o vereador.

Luis Martins Fábrica de Vila Cortês do Mondego parece ter ultrapassado a crise com projectos da BMW e Mercedes

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