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Duelo de Gigantes

Corta!

Eram dois dos filmes mais aguardados do ano. Dum lado o regresso dos extraterrestres pela mão do mestre Spielberg, com A Guerra dos Mundos, e do outro o sangue novo de Cristpher Nolan na saga Batman.

De Spielberg espera-se sempre o melhor, e não estando este seu ultimo trabalho ao nível dos seus melhores filmes, é inquestionável que, quando é para entreter e prender a atenção do espectador, poucos o sabem fazer tão bem quanto ele. Ainda Guerra dos Mundos não vai com quinze minutos e já o espectador se encontra no meio da maior das confusões, com uma cidade destruída e em chamas e milhares de pessoas em fuga. O espectador ainda nem encontrou a melhor posição na cadeira e já está a apanhar com doses maciças de adrenalina pura. Andar numa montanha russa não tem nem metade da piada.

A família, sempre a família. Em todos os filmes de Spielberg é a família o centro das atenções. Pode estar a Terra a ser completamente destruída e toda a sua população a ser dizimada que para Spielberg o que importa é a família. Neste caso, um pai que fica a tomar conta de dois filhos, problema já de si difícil de resolver quando a vontade dos filhos estarem com o pai se assemelha à vontade que Alberto João Jardim tem em ter mais chineses na «sua» ilha, mas que se vai complicar ainda mais quando, logo por azar, a Terra tinha que ser invadida nesses dias.

O inicio do filme é fabuloso e até meio a fasquia mantém-se elevada, pior mesmo só quando surge a personagem de Tim Robbins, numa cena toda ela metida a martelo, sem explicação possível. O filme recupera logo de seguida para mergulhar num inexplicável final. O problema de Spielberg continua a ser o mesmo. Consegue filmes fantásticos (em todos os sentidos da palavra) durante dois terços da sua duração, para no final deitar tudo a perder. Deste vez, então, o final é mesmo para esquecer.

Com Batman – O Início acontece precisamente o oposto. A primeira hora de filme é de um desinteresse tão grande que chegamos a pensar estar a ver o filme errado. Tanta metafísica por minuto não é só despropositada como enfastiante. Felizmente tudo acaba por melhorar na segunda metade de filme.

Depois dos mui aconselháveis Memento e Insomnia, Nolan decidiu arriscar uma grande produção como Batman. Um passo em falso perante aquilo que agora se pode ver. Sem o lado mais ingénuo e divertido de Tim Burton, mas sem cair no espalhafato ridículo de Schumacher, este Batman de Nolan é um objecto algo pálido e sem alma. A meio caminho dos filmes realizados pelos outros dois realizados de filmes do homem-morcego. Ainda assim, Christian Bale é o melhor Batman de sempre e só é pena que se encontre com uma Katie Holmes sem o mínimo de piada.

Filme para se ver se o espectador decidir chegar uma hora atrasado à sala de cinema. Caso o não faça dificilmente ficará acordado para ver o interessante final que o filme até consegue ter.

Por: Hugo Sousa

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