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Doze escolas passam a “salas de apoio” na Guarda

Moratória vigora até à entrada em funcionamento dos centros escolares previstos no município

A sangria escolar do 1º ciclo prossegue este ano lectivo no município da Guarda, mas com uma variante. Desta vez as escolas do ensino básico com menos de 20 alunos já não fecham e passam a ser consideradas “salas de apoio” à escola de acolhimento até à entrada em funcionamento do respectivo centro escolar. Nesta condição estão 12 estabelecimentos de ensino, com cerca de 120 alunos, enquanto outros três fecham definitivamente em Carpinteiro, Rocamonde e Avelãs da Ribeira por falta de alunos.

Estas são as novas directivas do Ministério da Educação para concluir o processo de requalificação da rede do 1º ciclo do ensino básico, sendo que as 15 escolas em causa foram identificadas pelo Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação. A autarquia não se opõe a esta moratória, até porque conta adjudicar, no próximo mês, os dois centros escolares de Gonçalo e Sequeira. «Já encerrámos um terço das primárias do município, todas elas com menos de 10 alunos. Mas a requalificação da rede não se fica por aqui, sendo necessário dar um novo estatuto às escolas com menos de 20 crianças até haver capacidade de acolhimento no parque escolar da autarquia», adiantou Virgílio Bento, no final da última reunião do executivo. O vereador com o pelouro da Educação na Câmara da Guarda acrescentou que os estabelecimentos transformados em “salas de apoio” continuarão a funcionar como escolas neste ano lectivo.

«O que muda é que deixam de ter um código a que os professores possam concorrer, até serem encerrados com a abertura dos centros escolares», referiu. Esta situação transitória é necessária, porque «não temos condições para acolher esses alunos na cidade, onde os estabelecimentos estão sobrelotados», recordou o responsável, referindo que, este ano, apenas a escola do ensino básico da Estação (Guarda-Gare) vai funcionar em regime de desdobramento. O motivo é simples: «Tem seis salas e 12 turmas, pelo que não é possível funcionar sem ser em desdobramento», garantiu. No ano lectivo 2008/2009, a rede escolar do 1º ciclo do ensino básico da Guarda inclui 37 estabelecimentos e 1.621 alunos. A primária da Estação é a maior de todas, com 231 crianças matriculadas, enquanto na Castanheira há apenas seis alunos.

Esta é uma das “salas de apoio” previstas para este ano, juntamente com as EB de Vila Cortês do Mondego, Valhelhas, Santana da Azinha, Rapoula, Outeiro de São Miguel, Vale de Estrela, Arrifana, Cavadoude, Aldeia Viçosa, Meios e Cubo. A Carta Educativa do município propõe a construção de seis centros educativos.

Rede municipal da ATL’s

O executivo aprovou, na última quarta-feira, uma proposta de regulamento para a criação de uma Rede Municipal de Ateliers de Tempos Livres (ATL).

«A ideia é responder às necessidades dos pais, alargando o horário de funcionamento dos jardins-de-infância. Temos vindo a fazê-lo de forma esporádica e chegou a altura de reestruturar e consolidar o funcionamento dos nossos ATL’s através desta rede», declarou Virgílio Bento. «A Carta Educativa demonstrou que as escolas com ATL’s associados têm maior capacidade de sobrevivência», acrescentou, esclarecendo também que a autarquia só vai intervir onde não houver resposta das IPSS ou de privados. De resto, este serviço terá duas componentes: assegurar refeições e o prolongamento de horário após as 17h30, horário a que terminam as actividades de enriquecimento curricular. Segundo dados oficiais, a Câmara é responsável por 17 ATL’s, frequentados por 400 alunos, nos bairros da cidade e nas freguesias rurais onde não há resposta privada.

Luis Martins

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