Arquivo

Dois anos de mandato: o que mudou na Guarda

Mercado municipal

A requalificação do mercado municipal foi um dos compromissos que Álvaro Amaro assumiu com os guardenses ao longo da campanha eleitoral. Pouco depois de tomar posse, a promessa ganhou corpo e as obras arrancaram no início no verão passado, tendo sido concluídas em março de 2015. Um investimento de 650 mil euros deu nova imagem ao mercado municipal, que ganhou mais atratividade. Por resolver está ainda o futuro do primeiro piso, que se encontra por agora vago. Uma situação que o autarca diz querer resolver até final do mandato.

Estrada do Barracão

Durou mais de vinte anos a ser requalificada, foi tema de muitas promessas, mas em pouco mais de sete meses Álvaro Amaro anunciou e concluiu o projeto de beneficiação da “Estrada do Barracão”. Os trabalhos custaram 253 mil euros mais IVA e resolveram um problema de ligação da cidade à freguesia de Panóias.

Cidade Natal

Em dezembro do ano passado a Guarda transformou-se, pela primeira vez, em “Cidade Natal”, a primeira marca da era Álvaro Amaro. A tenda gigante que ocupou a Praça Velha dividiu opiniões, mas levou de novo os guardenses ao centro da cidade. Entre atividades para os mais pequenos, a Guarda voltou a encher-se de luz na época natalícia. No entanto, a tenda gigante forçou a deslocalização do tradicional madeiro para o Largo da Misericórdia. A “Guarda Cidade Natal” deverá voltar em dezembro.

Parque TIR

Tal como tinha ficado prometido em campanha eleitoral, é agora proibido estacionar camiões no centro da cidade. Para esse efeito está a funcionar desde 25 de abril o parque TIR na plataforma logística, onde foram criadas condições para que os camionistas possam pernoitar. O parque dispõe de 137 lugares para estacionamento, dos quais 95 se destinam a pesados, 15 para veículos pesados de transporte de frio e 27 para ligeiros de apoio aos motoristas. Para além do estacionamento, a empreitada, orçada em 144 mil euros mais IVA, contemplou ainda uma de vedação em todo o perímetro do parque, balneários e instalações sanitárias para motoristas e uma área para refeitório. O espaço dispõe de segurança 24 horas por dia e sistema de videovigilância.

Lotes da PLIE

Em abril passado 10 empresas manifestaram interesse em instalar-se na PLIE, tendo sido negociados com a Câmara 21 lotes. Nove empresas assinaram as escrituras de compra e venda de onze lotes e uma outra, sediada na Maia, assinou o contrato de promessa de compra e venda de dez lotes. Este investimento ronda os 3,2 milhões de euros e significa a criação de 82 postos de trabalho. Decisiva para estas aquisições foi a redução do preço do metro quadrado de 15 euros (indústria) e 25 euros (serviços) para 3,90 euros.

Feira Farta

Álvaro Amaro prometeu a criação de uma feira regional anual e cumpriu. Em setembro realizou-se a primeira “Feira Farta” e o evento trouxe as aldeias à cidade por um fim-de-semana. No total participaram 43 freguesias e 150 produtores locais, que deram a conhecer as suas iguarias e artesanato. Mais uma marca que Álvaro garantiu que «veio para ficar».

Comemorações do 10 de junho

Trinta e sete anos depois, a Guarda voltou a ser, em 2014, o palco das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Situação inédita, já que nenhuma cidade recebeu por duas vezes esta celebração. Se dúvidas houvesse do poder de influência de Álvaro Amaro, elas acabaram com o 10 de junho. Um momento de grande afirmação da Guarda, que esteve nas bocas do mundo durante dois dias.

Sede CIMBSE

A Guarda é a sede institucional da Comunidade Intermunicipal Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE), formada por 12 concelhos do distrito da Guarda e três do distrito de Castelo Branco. Para tal muito contribuiu a argúcia e o poder negocial de Álvaro Amaro, que abdicou da presidência desta entidade, que é rotativa, em troca da sede na cidade mais alta. É mais um contributo para afirmar a Guarda no contexto regional.

Guia do Investidor

Em abril deste ano a Câmara da Guarda lançou o Guia do Investidor, apresentando-o como «um farol». A brochura de 38 páginas disponibiliza informações sobre a cidade e as condições que a PLIE oferece para a instalação de empresas. Trata-se de um documento que ajuda a divulgar a cidade e as suas potencialidades, mas que não existia na autarquia.

FIT

Um dos eventos mais emblemáticos do mandato de Álvaro Amaro. Com o slogan “Uma feira. Dois países. O mundo”, a primeira Feira Ibérica de Turismo (FIT) chegou à Guarda em maio de 2014 e veio para ficar. A autarquia apresentou o certame como parte de uma estratégia para «aumentar a capacidade de ação e atração» da cidade, juntando expositores do setor, atividades de lazer, entretenimento, artesanato e gastronomia. Este ano, a FIT alargou horizontes e saltou as fronteiras da região, com mais participantes espanhóis e do litoral.

Bolo D. Sancho

Há um D. Sancho nas bocas dos guardenses e não só. E não se trata da estátua do rei fundador da cidade, é o bolo da Guarda criado pela pastelaria Cristal 98, no âmbito de um concurso promovido pela Câmara em 2014. Com uma receita inovadora e surpreendente, esta iguaria simboliza agora a cidade mais alta com uma conjugação de doce com queijo Serra da Estrela.

Sede da Águas de Lisboa e Vale do Tejo

A Guarda acolhe desde julho a sede da nova empresa multimunicipal de abastecimento e saneamento, a Águas de Lisboa e Vale do Tejo, uma mega concessão criada no âmbito da reforma do setor das águas aprovada em Conselho de Ministros. Trata-se da maior empresa a funcionar na Guarda e a localização da sua sede resulta, em grande parte, das diligências de Álvaro Amaro junto do poder central.

Regularização de dívidas

Um mês depois de tomar posse, Álvaro Amaro começou a pagar dívidas a fornecedores, juntas de freguesia e associações. Sinal de que os tempos mudaram mesmo na Câmara da Guarda e que os credores podiam receber a tempo pelos seus serviços. A medida serviu para recuperar, aos poucos, a confiança de empresários e do comércio local, mas também para por as contas do município em ordem. Ainda no passado mês de abril a autarquia pagou dois milhões de euros de dívidas, referentes a 2013, a 40 empresas e instituições locais. «A regra de se gastar sempre mais do que aquilo que se tem acabou na Câmara da Guarda», garantiu Álvaro Amaro. Em 2014 o executivo que lidera conseguiu reduzir a dívida em 9,5 milhões de euros e diminuir o prazo médio de pagamento, que era de 137 dias no final de junho deste ano (204 dias no final de 2014).

Hotel Turismo

Muita tinta tem corrido sobre o futuro do Hotel Turismo, umas das bandeiras de Álvaro Amaro durante a campanha. Depois de uma tentativa falhada para vender o edifício por 1,7 milhões de euros, a solução passa agora pelo seu arrendamento com opção de compra. Atualmente, o Turismo de Portugal, proprietário do imóvel, está a negociar com dois interessados, a Visabeira e o empresário José Luís Almeida. A decisão será conhecida muito em breve. Nessa altura a principal promessa do autarca estará cumprida.

Tela na Praça Velha

Foi colocada na Praça Velha, em julho deste ano, uma tela gigante para tapar os edifícios degradados que ali se encontram. O edil explicou que essa opção se deve à falta de «mecanismos adequados e eficientes para obrigar proprietários a fazer obras». Depois de ser vandalizada várias vezes, a tela, cujo custo é desconhecido, acabou por cair na noite das legislativas devido ao mau tempo.

Praça Velha “às moscas”

Dois anos depois de ter dado início ao mandato, Álvaro Amaro ainda não conseguiu que a Praça Velha voltasse a ganhar vida. O centro histórico continua moribundo, sem que os guardenses tenham vontade de o visitar e de consumir no comércio tradicional.

Mercado quinzenal

A falta de condições do local da mercado quinzenal ainda está por resolver. Este ano, a feira de São João realizou-se no centro da cidade e a mudança agradou à população e aos feirantes, que esperavam que esta fosse uma medida a adotar para o mercado quinzenal. Por agora continua a realizar-se junto ao Hotel Vanguarda, em condições pouco dignas.

TMG

Durante a campanha, Álvaro Amaro falou em transformar o Teatro Municipal da Guarda num Teatro Nacional, mas a realidade está longe disso. É nesta área que as restrições financeiras mais se têm feito sentir nos últimos dois anos. A programação aposta cada vez mais na “prata da casa” e menos nos grandes espetáculos que deram fama regional ao TMG. A extinção da empresa municipal Culturguarda abre agora a porta a uma nova forma de gerir o Teatro, mas a solução tarda em ver a luz do dia.

Fim das empresas municipais

As empresas municipais Culturguarda e Guarda Cidade Desporto foram extintas e os seus 63 funcionários internalizados na Câmara pelo prazo de um ano, findo o qual serão abertos concursos públicos para os lugares. Segundo Álvaro Amaro, os fundamentos desta opção foram a «necessidade, produtividade e humanismo».

Saneamento financeiro

O executivo aprovou, por maioria, o recurso a um plano de saneamento financeiro que começou por ser de 12,9 milhões de euros e acabou em 10,8 milhões por decisão do Tribunal de Contas. O montante foi contratado junto de dois bancos e serve para a autarquia «minimizar o problema da dívida financeira» herdada do anterior executivo socialista, no valor global de 91 milhões de euros.

Sobre o autor

Leave a Reply