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Do Distrital da Guarda para a Liga de Honra

Edson e Bobô representaram Sporting da Mêda, Figueirense e Mileu antes de chegarem aos campeonatos profissionais

Os adeptos mais fiéis de Sporting da Mêda, Ginásio Figueirense e Mileu de certo que ainda se lembrarão de Edson e Bobô. Os dois jogadores deram nas vistas no Distrital da Guarda há várias épocas e na temporada transacta foram duas peças fundamentais na campanha bem sucedida do Moreirense que culminou com a subida à Liga de Honra. Como tantos outros, pareciam condenados a cair no esquecimento, mas deram a volta por cima, já renovaram contrato com o clube do concelho de Guimarães e vão estrear-se nos campeonatos profissionais.

Edson tem 26 anos e jogou no Distrital da Guarda três temporadas, entre 2003/2004 e 2005/2006, duas ao serviço do Sporting da Mêda e uma do Ginásio Figueirense. Apesar de ter dado nas vistas como médio, foi na defesa que se impôs nos nacionais, primeiro no Atlético de Valdevez e depois no Moreirense. O atleta recorda que teve alguns problemas relacionados com a sua naturalização, por ser filho de pais guineenses, isto apesar de ter nascido em Portugal. Após ter sido companheiro de equipa de Rolando [hoje internacional português] nos juniores do Campomaioerense, onde contavam os dois como estrangeiros, Edson teve que «desistir de jogar à bola». Foi então que foi “descoberto” pelo técnico João Borrego em Loures que o desafiou a vir jogar para o Sporting da Mêda. «Estive três anos no Distrital da Guarda e isso ajudou-me bastante. Se hoje estou aqui foi muito por culpa da passagem por aí», enaltece o atleta que acredita que pode ser um «exemplo» para outros jogadores que passam pelos Distritais. O jovem que «felizmente» já obteve o passaporte português há dois anos, assegura que vê «jogadores com muita qualidade» a jogar na IIª Divisão, dando o exemplo de Ruben Micael que chegou a defrontar e que hoje está no FC Porto. De resto, defende que se «deviam dar mais oportunidades aos jogadores da IIª B em vez de irem buscá-los ao Brasil», assegurando que «este ano as coisas correram-me muito bem» a jogar a defesa direito, ele cuja posição de origem é «médio centro». Assim, é natural que o jogador que pode actuar em várias posições ambicione chegar ainda mais longe: «Propostas concretas não tive, mas sei que fui observado por outras equipas. Se fizer uma boa campanha na Liga Vitalis acho que será mais fácil jogar na SuperLiga», frisa.

João Borrego, o técnico que trouxe Edson para o Sporting da Mêda, não está surpreendido com a ascensão que o seu antigo pupilo tem vindo a protagonizar: «Em termos técnicos já era muito forte e em termos mentais já trabalhava sempre no máximo em cada treino», revela. O treinador natural da Mêda, que se encontra a treinar a Sanjoanense (Lisboa), recorda aponta ainda outras duas «condições acima da média» a Edson e que passam por ser «bastante determinado e ter uma excelente capacidade táctica». De resto, indica que «sempre» disse ao atleta que «podia chegar longe», defendendo que tem «capacidade para chegar à SuperLiga».

Já Bobô tem 28 anos e passou apenas uma época (2004/2005) pelo Distrital da Guarda, onde actuou no Mileu e mostrou ser um avançado bastante tecnicista. Marcou muitos golos, tendo chamado a atenção do Satão, então na IIIª Divisão. Daí saltou para a Sanjoanense e depois para o Moreirense. Apesar das tentativas, O INTERIOR não conseguiu contactar o brasileiro que curiosamente é irmão de Demétrios e Detinho, também eles futebolistas que jogaram na SuperLiga.

Ricardo Cordeiro Depois de se terem defrontado no Distrital, Bobô e Edson são agora companheiros de equipa

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