O distrito da Guarda viu, desde o início do ano e até à última terça-feira, serem declaradas insolventes 48 empresas, exatamente o dobro do número verificado no período homólogo de 2011. A nível percentual, só Beja supera o preocupante registo da região que, de resto, acompanha a tendência nacional, onde já ocorreram 4.920 insolvências.
De acordo com dados do Instituto Informador Comercial, o número de insolvências no distrito da Guarda tem vindo a subir acentuadamente nos últimos anos. Assim, enquanto que entre 1 de janeiro e 9 de outubro de 2010 faliram apenas 14 empresas, esse número subiu para 24 no mesmo período do ano passado e para 48 em 2012. Deste modo, a variação registada é de exatamente 100 por cento, com a Guarda a ocupar a vice-liderança desta indesejada tabela, atrás de Beja com uma variação de 163,64 por cento, embora “só” tenha visto serem declaradas insolventes 29 empresas. Por sua vez, em todo o ano de 2011 encerraram no distrito 33 empresas, contra 20 de 2010 e 30 de 2009. Já Castelo Branco, curiosamente é o único distrito que, este ano, apresenta uma variação negativa, embora de apenas 1,75 por cento, tendo registado 56 insolvências, menos uma que no mesmo período do ano passado. Já em 2010, o distrito albicastrense teve 35 empresas a encerrar portas até 9 de outubro, mais duas do número total relativo a todo o ano de 2011. Quanto a 2010 foram declaradas insolventes 46 empresas e 59 em 2009.
A nível nacional, já se verificaram até ao momento 4.920 insolvências, um número que já ultrapassa em muito as 4.532 verificadas em todo o ano transato. O distrito do Porto apresenta os números mais elevados de falências com um total de 1.143, seguindo-se Lisboa com 1.039. Em oposição, Bragança é o distrito com menor número de insolvências desde o início do ano, num total de 24. Os setores de atividade mais afetados são, com grande diferença, os do “comércio a retalho, exceto de veículos automóveis e motociclos “ (690 insolvências), “promoção imobiliária (desenvolvimento de projetos de edifícios); construção de edifícios” (671) e “comércio por grosso (inclui agentes)” (618).
A informação disponibilizada pelo IIC, empresa especialista em serviços de consultoria para gestão de crédito, é atualizada diariamente e resulta do processamento diário de todos os anúncios de ação de insolvência publicados no Portal Citius e em Diário de República. O agravamento das dificuldades das empresas em situação difícil tem-se traduzido na formação de verdadeiros “ciclos viciosos” com o surgimento de atrasos nos pagamentos a fornecedores, redução do fundo de maneio, incumprimento de obrigações ou pressão crescente dos credores com execução de garantias reais que conduzem à entrada em processos especiais de recuperação de empresa ou de insolvência.
Ricardo Cordeiro 
