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Distrito da Guarda com mais de 23.200 hectares de área ardida

Concelho de Seia foi o mais fustigado pelas chamas, logo seguido de Pinhel e Manteigas

Desde o início do ano que já arderam no distrito da Guarda mais de 23.200 hectares de floresta, um número bem superior ao registado em todo o ano de 2004, mas ainda muito longe dos 46.500 hectares de 2003. Entre os concelhos mais fustigados pelas chamas aparece destacadíssimo o de Seia, com cerca de 7.500 hectares de área ardida, sendo Pinhel o segundo com 3.930 hectares, enquanto o terceiro lugar deste indesejável pódio é ocupado por Manteigas (2.937), seguido de perto por Trancoso e Gouveia.

Segundo dados da Direcção-Geral dos Recursos Florestais (DGRF), de 1 de Janeiro a 18 de Setembro (último domingo) deste ano, o distrito da Guarda registou 23.246 hectares de área ardida, fruto de 1.174 incêndios. Em comparação com os dois últimos anos verifica-se que o cenário piorou em relação a 2004, quando no ano inteiro se registaram 13.077 hectares de área ardida, mas, por enquanto, está melhor que no fatídico ano de 2003 em que arderam 46.494 hectares, um terço dos quais no concelho da Guarda. Este ano, a liderança de área ardida no distrito é ocupada pelo concelho de Seia, com 7.515 hectares, dos quais 6.681 são de povoamentos e 834 de matos. De seguida, aparecem Pinhel, com 3.930 hectares, e Manteigas, com 2.937. No quarto e quinto lugar surgem, respectivamente, os concelhos de Trancoso (2.351 hectares) e Gouveia (2.329). Ainda acima dos mil hectares de área ardida está Vila Nova de Foz Côa, com 1.275. No sentido inverso, no final da lista, com menos de 200 hectares de área ardida, figuram os municípios da Guarda (148 hectares), Almeida (150) e Aguiar da Beira (161). Nos lugares intermédios estão Sabugal (702 hectares), Fornos de Algodres (547), Celorico da Beira (533) , Figueira de Castelo Rodrigo (369) e a Mêda (293).

Curiosamente, a área ardida não tem uma relação directa com o número de incêndios registados, sendo os casos mais elucidativos as situações verificadas em Manteigas, Pinhel e Guarda. Assim, o município serrano, um dos que registou mais área ardida, foi aquele onde houve menos incêndios, apenas 17. Cenário idêntico verificou-se em Pinhel, onde ocorreram 51 incêndios, ocupando a 11ª posição em termos de ocorrências. Já a capital de distrito, o menos fustigado pelas chamas, ocupa o quinto lugar na lista de incêndios, com 103. De resto, Seia foi o município com mais incêndios (238), seguido do Sabugal (141), Gouveia (131) e Trancoso (105). Pelo contrário, a seguir a Manteigas, os concelhos com menos incêndios registados foram os de Aguiar da Beira (39) e Almeida (47). Em termos de fogos que atingiram uma área superior a 10 hectares, Seia aparece novamente no topo da lista com nove incêndios, em igualdade com Trancoso, ao passo que Manteigas só registou um, mas com consequências bastante devastadoras. A nível nacional, até dia 11 deste mês, foram registadas na base de dados da DGRF 31.008 ocorrências, correspondentes a 255.920 hectares de área ardida. Os maiores valores de área ardida pertencem aos distritos de Coimbra (46.812 hectares), Vila Real (29.967) e Santarém (26.357). Quanto ao maior número de ocorrências verificam-se nos distritos do Porto (6.852), Braga (4.201) e Aveiro (3.849).

Helicóptero pode continuar na Guarda durante mais alguns dias

Calor poderá fazer com que o Governo decida prolongar a estadia na cidade deste meio aéreo de combate a incêndios

O helicóptero de combate a incêndios que está na helipista do Hospital Sousa Martins desde 1 de Julho poderá ficar na cidade para além do dia 28, a próxima quarta-feira, data inicialmente programada para o término da intervenção. A razão da possível manutenção deste meio aéreo, que tão útil tem sido na ajuda aos bombeiros, é o forte calor que se continua a fazer sentir um pouco por todo o país. «O que está no planeamento é até dia 28, mas poderá continuar devido ao estado do tempo», admitiu ao “O Interior” fonte do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil. Isto apesar de, actualmente, as «coisas não estarem assim a correr tão mal» na Guarda, ao contrário de outros distritos da zona Centro do país, como Aveiro, Coimbra e Viseu, onde as situações estão «mais problemáticas», acrescentou a mesma fonte. De fabrico francês, o helicóptero “Ecureuil” [Esquilo] está equipado com um balde com capacidade para armazenar cerca de 900 litros de água e dispõe de cinco lugares.

Ricardo Cordeiro

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