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«Disputei centenas de jogos e nunca fui expulso»

António José Rodrigues, da ACDR de Freixo de Numão, é um dos históricos do futebol distrital da Guarda

António José Rodrigues nasceu em Angola, em 1961, e reside atualmente em Freixo de Numão (Vila Nova de Foz Côa), onde treina os juvenis da ACDR local.

Ao longo de 17 épocas, como jogador percorreu todo o caminho desde o Inatel, passando pelas diversas camadas jovens até aos seniores onde representou diversos clubes, a nível distrital e nacional. Mas também se destacou como treinador e diretor, servindo com denodo as coletividades por onde passou. Teve sempre uma postura de humildade, de simpatia e de trabalho em prol do “todo”, sendo habitual vermos o Tozé a conduzir as carrinhas que transportam os jogadores ou a afixar cartazes do jogo, entre outras tarefas. É funcionário do município fozcoense.

P – Ao longo da sua extensa carreira (35 anos), quais os momentos mais marcantes?

R – Houve muitos momentos positivos, onde sempre prevaleceu a atitude, a postura, a responsabilidade e a disciplina. Como atleta, fui campeão distrital de juvenis de Bragança pelo Mirandela; joguei na Desportiva da Guarda e no Seia na IIIª Divisão Nacional. Em termos distritais, representei o Foz Côa, o Mêda e o Freixo de Numão, onde fui vencedor da serie A. Joguei ainda no Oliveira de Frades (Viseu). Sempre respeitei tudo e todos e registo com orgulho que disputei centenas de jogos em três Associações de Futebol de distritos diferentes (Bragança, Viseu e Guarda) e nunca fui expulso. Quero também sublinhar que as minhas raízes futebolistas aconteceram nos campeonatos do Inatel com o Freixo de Numão, de que fomos campeões e eu fui o melhor marcador da prova. Em termos dirigentes, fui o primeiro presidente da secção autónoma de futebol da ACDR de Freixo de Numão, facto que ainda hoje agradeço ao dr. Sá Coixão, pela confiança em mim depositada. Presidi durante quatro anos e acumulei as funções de treinador, sendo em 1994/95 campeão absoluto da IIª Divisão Distrital da AF Guarda, vencendo o Penaverdense na final por 1-0. Devo também referir que, em 1992, fui vogal do Conselho de Disciplina da AF Guarda. Enquanto treinador trabalhei com os juniores do Grupo Desportivo de Foz Côa e os seniores do Freixo Numão durante várias épocas. Atualmente treino os juvenis da ACDR.

P – No entanto, também aconteceram ou acontecem momentos menos positivos?

R – O que mais me incomoda e sempre me incomodou é a postura de algumas pessoas que assistem aos jogos e só criticam e não apoiam, principalmente nas camadas jovens. Nesses escalões tem que haver muita paciência, disciplina e trabalho, pelo que me desagrada muito a ingratidão e falta de memória de certas pessoas, para quem o passado é para os museus, só conta o imediato.

P – Que mensagem gostaria de deixar a todos os agentes desportivos?

R – A mensagem é simples: os atletas que joguem, os treinadores que tentem gerir da melhor maneira a matéria humana ao seu dispor e os diretores que colaborem o mais possível e deem o apoio necessário para que toda a logística funcione (e é muita). Já aos árbitros recomendo que, sempre que possível, apliquem a 18ª lei (lei do bom senso), pois na Guarda existem bons árbitros e a arbitragem tem vindo a evoluir muito nos últimos anos graças ao trabalho desenvolvido pelos Conselhos de Arbitragem, os núcleos e a Associação de Futebol.

Daniel Soares

«Disputei centenas de jogos e nunca fui
        expulso»

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