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«Discriminação» motiva greve de trabalhadores na DURA

Funcionários da fábrica da Guarda questionam prémios no Carregado e querem ver reconhecidas categorias laborais

Cerca de uma centena de trabalhadores da DURA, sediada em Vila Cortês do Mondego (Guarda), está em greve há uma semana devido à «discriminação» relativamente à filial do Carregado, onde serão atribuídos «50 mil euros em prémios» mensalmente, disse Sandra Sousa, da Comissão de Trabalhadores, a O INTERIOR.

Outra das reivindicações é o reconhecimento das categorias laborais, um assunto que a direção «nem quis discutir», garante a dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente. A greve, que deveria ser de sete dias, vai manter-se até dia 23 com «cerca de 80 por cento» de adesão, sobretudo nas linhas de montagem. «Não queremos acabar com os prémios do Carregado, mas a vida custa a todos, muitas pessoas ganham pouco mais de 500 euros e a empresa é a mesma», justifica a sindicalista. As propostas apresentadas pelos trabalhadores foram recusadas pela direção, que pretende aumentos percentuais e não equitativos, como ambiciona a Comissão de Trabalhadores: «As “formiguitas” levam uma fatia e os “tubarões” a maior parte do bolo», ironiza Sandra Sousa, garantindo que os funcionários partiram para a greve porque «não havia alternativa».

A proposta da empresa é um aumento de dois por cento com um mínimo de 20 euros, mantendo o prémios de 15 euros por filho e o de fim de ano (30 por cento). No entanto, um dos objetivos dos grevistas é discutir as categorias laborais: «Subimos de categoria mas o salário fica igual, pelo que queríamos um aumento para os trabalhadores da Guarda e do Carregado, conseguindo-se uma igualdade», defende a delegada sindical. «Não são eles que ganham muito, somos nós que ganhamos pouco», vinca Sandra Sousa, adiantando que os trabalhadores estão disponíveis para negociar mas a empresa «está irredutível». A dirigente critica o facto de a DURA justificar a saída de projetos com a greve, quando «já nos tinham dito isso há mais tempo». Álvaro Amaro, presidente da Câmara da Guarda, que reuniu na segunda-feira com trabalhadores e administração, disse estar disponível para tentar que as partes cheguem a um entendimento.

Trabalhadores deverão manter-se em greve mais uma semana

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