Numa partida marcada pelos golos “oferecidos” pelos guarda-redes, o Aguiar da Beira foi a Manteigas obter uma importante vitória num terreno onde é sempre difícil ganhar. O terceiro classificado do Distrital não poderia desejar um melhor início de partida, uma vez que aos 5 já tinha marcado por duas vezes.
Ainda as duas equipas se “estudavam” mutuamente quando o Aguiar da Beira se colocou em vantagem no marcador. Simões bateu um livre para o interior da área onde Sérgio Nogueira não conseguiu segurar a bola, surgindo Centeio, muito oportuno, a tocar de cabeça para a baliza deserta. Dois minutos depois, a equipa de Totá, que jogou sem ponta-de-lança fixo, fez o 2-0. Agostinho marcou um livre no lado esquerdo, ainda de muito longe, com a bola a sobrevoar toda a gente e a entrar no ângulo superior direito da baliza. Mais uma vez, Sérgio Nogueira não fica isento de culpas. Com dois golos de desvantagem tão cedo, o Manteigas foi para “para cima” do seu adversário na tentativa de marcar o mais rápido possível. A primeira ocasião aconteceu aos 19’, com Edgar a cabecear bem e a obrigar Carlitos a ceder canto, depois de um livre marcado por Beto. Contudo, o Aguiar não se limitou a segurar a vantagem e aos 21’, após uma rápida troca de bola, Sérgio apareceu frente ao guarda-redes mas atirou muito por cima. Dez minutos depois, Carlitos pontapeou o esférico contra Daniel, que não se fez rogado e, depois de driblar o guardião visitante, atirou para o fundo das redes reduzindo para 2-1.
Logo de seguida, o mesmo Daniel desperdiçou uma excelente ocasião para repor a igualdade, mas, na pequena área, cabeceou ao lado, após cruzamento de Edgar. Na segunda metade, o encontro decaiu muito de qualidade, com o Manteigas a continuar a pressionar em busca da igualdade, mas quase sempre sem o necessário discernimento. Quanto ao Aguiar, lutou muito e foi afastando o perigo da sua baliza como podia. Os locais estiveram muito perto de marcar o segundo golo, aos 47’, com João Biló, na transformação de um livre directo à entrada da área, a acertar na trave. A partir daqui, o Manteigas continuou a pressionar muito, mas só nos últimos minutos do encontro voltou a estar perto do golo. Aos 86’, numa jogada muito contestada pelas hostes manteiguenses, parece ter ficado por marcar uma grande penalidade contra o Aguiar por pretensa mão de Hélder. No minuto seguinte, Carlitos fez a defesa da tarde a remate de Gita. Já em tempo de compensação, após grande confusão na área do Manteigas, Marcelo, perto da baliza, não conseguiu acertar na bola e desperdiçou a última oportunidade do jogo.
O trio de arbitragem acabou por fazer um trabalho razoável, merecendo o benefício da dúvida no lance atrás referido. No entanto, não se compreende que se tenha jogado durante oito minutos quando o árbitro tinha dado apenas quatro minutos de descontos.
No final, Francisco Cipriano, técnico do Manteigas, não quis comentar o encontro, enquanto Totá salientou a importância destes três pontos conquistados em Manteigas: «Foi uma vitória muito sofrida, mas também muito saborosa. Jogar bem nos distritais não é sempre jogar a bola no pé, é lutar, é ter muita abnegação e foi isso que fizemos hoje», realçou.
Ricardo Cordeiro