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Dez anos depois…

Parece pouco tempo, mas foi uma enorme revolução que mudou completamente as expetativas de muitos jovens que ambicionavam estudar medicina. E contribuiu para dar uma nova dimensão à UBI. E, ao mesmo tempo, alterou radicalmente um dos pressupostos mais embaraçosos para o interior: a acusação de que não teríamos capacidade para mudar de paradigma, que não havia gente com qualidade e capacidade para implementar um projeto desta dimensão. Para além de tudo o mais que se possa dizer sobre a Faculdade de Ciências da Saúde da UBI, este é um dos aspetos mais extraordinários e relevantes, é uma vitória impressionante de todos os que contribuíram para a sua implementação e desenvolvimento, dos seus professores e funcionários, dos seus técnicos e investigadores, e dos seus alunos também. A forma como o projeto foi desenvolvido, os métodos promovidos, a dinâmica conseguida, o crescimento científico, a interligação com os hospitais da Guarda, Covilhã e Castelo Branco (num abraço que devia ser replicado em tantas outras áreas, mas não é) permitiram à Faculdade afirma-se a nível nacional.

A falta de médicos em Portugal, e as dificuldades que a Ordem criava e cria no acesso à profissão, determinou o aparecimento de cursos de medicina em Braga e na Covilhã. As consequências objetivas da medida ainda não se podem aquilatar em pleno – são necessários mais de dez anos para isso – mas se essa decisão não tivesse sido tomada seguramente que o país teria muitos mais problemas nos cuidados básicos de Saúde. Em especial na Beira Interior.

Luis Baptista-Martins

Dez anos depois…

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