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Desemprego pode chegar aos 10 por cento na região

Alerta é do Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social da Beira Interior

A taxa de desemprego na Beira Interior poderá ultrapassar «facilmente» os 10 por cento em 2009. O alerta é do Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social da região.

José Pires Manso, o coordenador da estrutura instalada na Universidade da Beira Interior (UBI), acredita que as perspectivas para este ano «não são animadoras e julgo que na região vamos ter uma crise social com alguma importância», referiu na última semana, defendendo que o Governo deve «legislar no sentido de que empresas e associações criem programas de apoio aos mais necessitados». Para o professor catedrático, «já temos taxas de desemprego superiores à média nacional e vamos continuar a ter taxas agravadas. Facilmente ultrapassaremos os dois dígitos, senão mais». «É de prever que a crise internacional agrave os problemas das empresas, nomeadamente dos principais empregadores na região: o sector têxtil, em especial as confecções» na Cova da Beira, «e as empresas de cablagens para automóveis», na Guarda e Castelo Branco. O crescimento do desemprego terá como consequência «o aumento de problemas sociais, mais situações de fome e pequena criminalidade», acrescentou.

Pires Manso defende, por isso, que o Estado deve criar linhas de apoio financeiro para empresas, organizações e entidades locais sem fins lucrativos, «para poderem prestar ajuda social onde o Estado não consegue chegar», sugere. «O Governo vai ter que legislar no sentido de criar estímulos que possam levar as empresas e associações sem fins lucrativos a organizar programas de apoio aos mais necessitados, para combater a pobreza e flagelos sociais previsíveis». O coordenador fala, ainda, na necessidade de incentivos à concessão de micro-crédito e outras medidas, como a entrega de parcelas de terreno para produção própria de produtos agrícolas. Ao nível fiscal «seria bem-vinda isenção total de IRC para empresas que se instalassem no interior durante um período de cinco anos», concluiu.

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