«O desemprego tem diminuído, realmente», constata Armando Reis, director do Centro de Emprego e Formação Profissional da Guarda. Só o encerramento da Sotave, uma fábrica têxtil de Manteigas, é que veio desequilibrar os números.
«O ano passado, por esta altura, a fábrica Sotave primeiro paralisou e entrou num processo de encerramento, que trouxe cerca de 350 pessoas para o desemprego, que se reflectiu e ainda se reflecte no número de desempregados inscritos no Centro de Emprego Guarda», justifica Armando Reis, em declarações à Rádio Altitude. No entanto, desde Janeiro até Julho tem vindo a existir uma diminuição do número de desempregados. Ao longo deste ano, o desemprego tem vindo a diminuir, «em Janeiro tínhamos 3157 desempregados inscritos e em Julho temos 2568», refere o director. Outra realidade é, segundo o director do Centro, o cada vez maior número de pessoas com formação superior que não conseguem encontrar trabalho. «Tal como em todo o país, há uma tendência para aumentar agora, que saiu a lista de professores colocados ou não», alerta Armando Reis. O desemprego de longa duração, ou seja, há mais de dois anos, aumentou em Portugal no último trimestre entre jovens com idade inferior aos 24 anos. Em Junho, havia 17.900 jovens desempregados nessa situação, contra apenas 10.400 registados no primeiro trimestre. O que significa um aumento de 72 por cento no espaço de doze meses e de 40 por cento face ao primeiro trimestre. Estas são algumas das conclusões que se podem tirar das mais recentes estatísticas do desemprego em Portugal, divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e referentes ao segundo trimestre do ano em curso. Em todos os outros escalões, no entanto, e comparativamente ao primeiro trimestre do ano em curso, o número de pessoas à procura de trabalho há mais de dois anos diminuiu. O problema afecta, sobretudo, os desempregados com mais de 44 anos de idade. Os números saltam à vista: em Junho, havia 49.700 contra 53.100 no primeiro trimestre. Relativamente aos desempregados com idades entre 25 e 34 anos arredados do mercado laboral há mais de dois anos, os números, embora mais baixos do que no primeiro trimestre, continuam preocupantes: 31.200 (contra 36.500). Com 35 a 44 anos, por sua vez, havia 24.800 (contra 28.200) nessa situação. Refira-se que, de acordo com o INE, havia em Junho 405,6 mil desempregados em Portugal.
