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Desemprego cresceu mais na Guarda do que na Covilhã e Castelo Branco

Ao contrário da Guarda, o número de pessoas sem trabalho deverá continuar a baixar na Covilhã por causa do Data Center da PT e da ampliação do “call center” da Teleperformance, refere o ODES

A Guarda foi o concelho da Beira Interior onde o crescimento do desemprego foi maior nos últimos sete anos, enquanto na Covilhã se registou uma «redução efetiva» entre janeiro de 2005 e janeiro deste ano. Estas são algumas das conclusões do Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social (ODES) da UBI, que divulgou anteontem a análise comparativa da evolução do desemprego na Covilhã, Castelo Branco e Guarda naquele período.

O organismo, dirigido por José Pires Manso, confirma que a tendência geral nestes três municípios «é preocupante», mas aponta variáveis de gravidade para cada caso. A Covilhã, por exemplo, «continua a ser a campeã do desemprego», com 3.562 desempregados em janeiro passado, mas foi o único destes três concelhos onde o número de pessoas sem trabalho diminuiu, em média, 1,1 por cento ao ano desde 2005. Ou seja, 302 pessoas. «Essa tendência é muito nítida até janeiro de 2008, mas voltou a crescer até janeiro de 2010, para decrescer em 2011 e voltar a crescer ligeiramente em janeiro último», assinala o ODES. As causas apontadas para estas flutuações são a instalação do “call center” da Teleperformance/Vodafone, da Frulact e a criação do Parkurbis. «E eventualmente a reforma e saída da Covilhã para o litoral ou estrangeiro de alguns desempregados aqui registados», nota o Observatório, que antevê novas reduções da taxa de desemprego neste concelho com a abertura do Data Center da PT e a ampliação do referido “call center”.

Na Guarda, o cenário não é tão otimista. O município regista a maior taxa de crescimento do desemprego no período em análise, «com um acréscimo global de 54,8 por cento», o equivalente a uma subida média de 7,8 por cento ao ano. Cenário que se deve ao encerramento da Delphi e de outras empresas e «que já se refletiu claramente na redução do número de habitantes do concelho entre 2001 e 2011 – quando nos dez anos anteriores – de crescimento da Delphi – tinha tido o maior aumento da zona Centro, com cerca de 5.000 pessoas», constata o ODES. Neste período, o desemprego na Guarda passou de 1.663 inscritos no IEFP (janeiro 2005) para 2.575 (2012), isto é, mais 912 pessoas. «A taxa média de crescimento do desemprego foi de 7,8 ao ano, o que é tanto mais preocupante quanto nos últimos anos ela tem vindo a acelerar não dando mostras de querer infletir», alerta o Observatório, sublinhando que a perda de emprego «acelerou» a partir de janeiro de 2008.

Já em Castelo Branco, igualmente afetado pelo fecho de empresas e serviços, o desemprego também cresceu «de forma preocupante» nos últimos sete anos. A análise indica uma evolução de 39,8 por cento – mais 946 pessoas sem trabalho de janeiro de 2005 a janeiro deste ano, o que representa uma subida média de 5,7 por cento ao ano. «Foi inclusivamente o concelho onde o desemprego mais acelerou nos últimos quatro anos (2008-2012), tendo aumentado 54,8 por cento, contra 17,2 na Covilhã e 49,5 na Guarda», refere o ODES. «Neste quadriénio, em termos médios, o desemprego cresceu 14,3 por cento ao ano em Castelo Branco, 12,4 por cento na Guarda e 4,3 por cento na Covilhã», constata ainda aquele gabinete de estudos da UBI, que baseou a sua análise nas estatísticas mensais do IEFP.

Luis Martins Desemprego só diminuiu na Covilhã, segundo a análise comparativa do Observatório

Desemprego cresceu mais na Guarda do que na
        Covilhã e Castelo Branco

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