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Desde os anos 40 que amendoeiras em flor são um cartaz turístico de excelência

O interesse por parte dos figueirenses e turistas na floração dos seus amendoais remonta aos anos 40.

A primeira excursão às amendoeiras em flor realizou-se a 3 de março de 1941, mas só no dia 16 de março de 1944 é que este cartaz turístico conheceu um grande impacto, tendo-se deslocado a Figueira de Castelo Rodrigo uma numerosa excursão de covilhanenses, acompanhados de várias entidades oficiais e pessoas ilustres de toda a região, a convite da Câmara Municipal e por impulso do reitor de então, em colaboração com a Comissão de Turismo da Covilhã. Na década de 50 as festividades continuaram com forte propaganda através de uma importante política de divulgação por parte da autarquia, junto de agências de viagens e órgãos de comunicação social. Nos anos seguintes a Festa das Amendoeiras em Flor ganhou fôlego na economia local, sendo visível no número crescente de turistas que visitava o concelho nessa época. Oriundos de vários pontos do país, os visitantes vinham em grupos, em excursões proporcionadas pela CP ou por empresas de camionagem, a fim de conhecerem a beleza ímpar da rota turística das amendoeiras em flor.

Figueira, uma terra de encanto

Quando falamos de Figueira de Castelo Rodrigo é incontornável falar da sua história, quem o diz é Paulo Langrouva, presidente da Câmara Municipal. «Deixou uma marca indelével na Restauração da Independência de Portugal face a Espanha, o que nos orgulha e facto ao qual queremos dar visibilidade, fazendo-lhe a devida justiça», garantiu o autarca.

O que tem acontecido através de vários eventos culturais, como os “Encontros com a História” e a recriação histórica da Batalha da Salgadela, que já vai na terceira edição e que se realiza entre 7 e 9 de julho, por ocasião do feriado municipal. «Pretendemos perpetuar a nossa história, mas também potencializar o nosso território», assegurou Paulo Langrouva, acrescentando que o Centro de Interpretação daquela que foi a batalha que marcou a história portuguesa «já se encontra em execução e esperamos que abra brevemente» ao público. «Colocar a história, o património e os nossos recursos ao serviço da população é o nosso maior desígnio. Exemplo disso é a próxima obra que vamos fazer: a requalificação da Torre de Almofala», revelou o autarca. Trata-se de um monumento classificado de interesse nacional, «votado ao abandono e que estava em iminente risco de ruína», mas que em breve será recuperado. «Esta obra é essencial», afirma o edil figueirense.

Castelo Rodrigo: uma aldeia autêntica

São 32,94 quilómetros quadrados cheios de história. Falamos de Castelo Rodrigo, em Figueira de Castelo Rodrigo, que foi considerada uma das “7 Maravilhas de Portugal” no concurso das aldeias promovido pela RTP e que envolveu 14 localidades, distribuídas por sete categorias. Castelo Rodrigo venceu entre as “Aldeias Autênticas”. Quem calcorreia as ruas desta pitoresca Aldeia Histórica não fica indiferente à sua monumentalidade e às importantes referências medievais, destacando-se a extensa muralha, composta por 13 torreões, as ruínas do palácio de Cristóvão de Moura, o pelourinho quinhentista, a igreja matriz, a cisterna medieval e os vestígios que atestam a presença de uma importante comunidade de cristãos-novos.

A pequena vila, hoje ocupada por cerca de 500 habitantes, foi em tempos sede de concelho por decisão de Afonso IX. Desde sempre que Castelo Rodrigo teve um papel importante nas relações luso-castelhanas e na defesa do território português. Está na rota dos peregrinos para Compostela, mas a sua história também se fez de episódios menos pacíficos: em 1664 travou-se ali perto, junto ao Mosteiro de Santa Maria de Aguiar, a célebre batalha da Salgadela contra tropas castelhanas e da qual os portugueses saíram vencedores. Consta-se que o Duque de Ossuna e D. João d’Áustria escaparam da refrega disfarçados de frades. Foi após as Guerras da Restauração que Castelo Rodrigo foi perdendo a sua importância e a 25 de junho de 1836, por Carta Régia de D. Maria II, a sede de concelho foi transferida para Figueira de Castelo Rodrigo. Perdeu protagonismo no que toca à organização do território, mas nos tempos que correm ganhou notoriedade em termos de turismo.

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