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Desapareceu um amigo

No dia primeiro do ano, fomos confrontados com a triste notícia do falecimento do Dr. Augusto César de Carvalho.

Tinha-o visitado ainda há pouco tempo na sua casa, em Souropires, e estava muito longe de pensar que o seu fim estaria tão próximo.

Era um Homem com H grande, na verdadeira acepção da palavra. Lutador, amigo do seu amigo e principalmente alguém muito culto, inteligente e educado. Tendo adoptado ao longo da sua vida os princípios e os valores da verdade e da dignidade.

Desempenhou funções de grande responsabilidade na administração pública, no Governo Civil da Guarda, na Câmara Municipal de Mêda e no sector empresarial. Alguém sempre muito pronto a ajudar e apoiar as instituições, convém lembrar a sua atitude altruísta de doar a sua biblioteca pessoal, que continha cerca de 7 mil livros, à Biblioteca Municipal de Mêda, dando um grande contributo para o desenvolvimento cultural da sua terra natal, a Mêda.

A sua última aparição pública na cidade ocorreu, precisamente, por ocasião da inauguração da Biblioteca Municipal, em Dezembro de 2008, tendo ali um espaço reservado que o homenageia, e aí se encontrou com o actual Presidente da República, Cavaco Silva (…).

A Mêda perdeu um dos seus filhos mais ilustres. A Mêda e o distrito da Guarda estão assim de luto, pois desapareceu um dos seus maiores vultos e que a todos vai deixar muitas saudades.

O exemplo de vida que o Dr. Augusto nos deixa é o melhor legado que podemos guardar em respeito à sua memória. Sem ele e sem a sua acção, o concelho de Mêda estaria mais pobre.

Em Março de 2007, a autarquia medense prestou uma singela homenagem com a edição do livro “Augusto César de Carvalho – A Obra e o Homem”. Repito algumas das palavras que então escrevi: «Este livro representa uma simples, mas justa, homenagem a alguém que dedicou parte da sua vida à causa pública. A obra e o exemplo ficam. Por essa razão não podíamos ficar indiferentes ao homem e político que foi o Dr. Augusto César de Carvalho. Em nome dos cidadãos que representamos, o nosso bem-haja».

Estas palavras que escrevi com sinceridade continuam, sempre, a ser actuais. Agora com uma consideração acrescida, de ver desaparecer um amigo leal, que sempre prezei e hei-de recordar. Todos ficámos muito tristes por este infausto acontecimento e mais pobres porque perdemos um amigo.

João Mourato, Mêda

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