Ao considerar desafios, oportunidades e opções para a região, temos de considerar as suas características gerais. Estas enquadram-se no que habitualmente se designa por “baixa densidade”. A questão da baixa densidade assume diversas vertentes: populacional, industrial, assim como da mobilidade e das infraestruturas. Todas elas se encontram interligadas e cada uma funciona como fator determinante da baixa densidade das outras.
Senão vejamos: o facto da densidade populacional ser baixa leva a que a rede de transportes de pessoas seja feita de uma forma pouco eficiente; por outro lado, o facto desta estrutura de mobilidade de pessoas ser de baixa densidade, dificulta a mobilidade de mão-de-obra (que não existe em quantidade suficiente se as localidades forem consideradas isoladamente), o que leva a que as indústrias não se localizem aqui; não havendo emprego e trabalho disponível, as localidades despovoam-se e cria-se assim um círculo vicioso.
Logo, quaisquer iniciativas que visem o desenvolvimento de regiões de baixa densidade têm de considerar a criação de redes de plataformas que permitam a mobilidade efetiva e eficiente dos recursos humanos. A baixa densidade destas redes constitui um dos principais desafios para a região.
No campo das oportunidades destaca-se a possibilidade dada pelo atual quadro comunitário de potenciar a aposta nas especificidades e idiossincrasias regionais, através do reforço da valorização das características próprias. No caso da nossa região esta valorização pode vir a assumir contornos muito importantes na promoção de atividades como a agricultura, o turismo e a manutenção da identidade ambiental e histórica.
Aproveitando as oportunidades e enfrentando as ameaças, poderemos obter a tão ambicionada região de elevado potencial referida por muitos e que todos pretendemos se venha a concretizar.
Helena Saraiva
Professora no IPG, coordenadora da Unidade Técnico Científica de Gestão e Economia
