Arquivo

Derby

Ambos com 70 pontos, Sporting e Benfica vão decidir no domingo qual dos dois terá acesso à “Champions League”. Os Leões jogam em casa mas as águias parecem chegar melhor. Se olharmos para os últimos resultados e sobretudo para as últimas exibições vemos que os percursos têm sido bem diferentes. Enquanto o Sporting perde fulgor, e pontos, o Benfica vem ganhando e convencendo. A esta evolução diferenciada não será alheio o facto de o Sporting ter deixado de contar, por lesão, com o seu jogador mais valioso quer do ponto de vista físico quer anímico, Fábio Rochembach. Já da parte do Benfica aconteceu um fenómeno oposto. Desde a descoberta para o futebol de alta competição do jovem Manuel Fernandes, que a equipa cresceu em capacidade física, em recuperação de posse de bola e também em fluidez de jogo.

Aprofundemos um pouco a comparação de valores entre as duas equipas. Começando pelos Guarda-redes. Ricardo não atravessa um bom momento de forma. Nos lances próximos da baliza parece demorar mais do que o necessário a reagir. Foi assim que sofreu um golo de canto directo, pela Selecção contra a Itália, e foi assim nos últimos golos sofridos pelo Sporting. Do outro lado, Moreira sem brilhar tem vindo a mostrar-se regular e seguro. É certo que a equipa o tem ajudado. Ao ter bastante tempo de posse de bola evita as probabilidades dos adversários criarem perigo.

Quanto ao sector defensivo, a balança pende para o Benfica. Após os primeiros jogos de intranquilidade, Luisão já parece o dono da defesa. Ao mesmo tempo é sempre um perigo quando decide integrar-se nos pontapés de canto contra o adversário. Do lado do Sporting, há neste momento a dúvida sobre a possibilidade ou não de Beto jogar. O patrão da defesa sportinguista é também um exímio marcador de “livres”e como tal a sua falta poderá ser duplamente sentida.

No sector intermediário e apesar do que já dissemos de Manuel Fernandes, que joga e faz jogar, haverá lugar para destacar o papel que Tinga, do Sporting, vem desempenhando. É ele quem varre os espaços nas zonas de ligação entre o ataque e a defesa, qual toupeira incansável. Se do ponto de vista estético não resulta muito agradável, do ponto de vista do rendimento ele é um que vale por dois.

E passemos agora para o sector mais avançado. Neste domínio as forças equilibram-se. Liedson é um quebra-cabeças para os adversários. Revela múltiplos expedientes para ultrapassar as dificuldades que a bola e os adversários lhe vão colocando no seu caminho para a baliza. Além do mais é repentino no remate e rápido no aproveitamento de ressaltos. Já no que ao Benfica diz respeito, Nuno Gomes e Sokota, apesar de menos móveis são avançados com grande poderio atlético, especializados em aproveitar as oportunidades. Um mínimo de espaço concedido pelos defesas pode-lhes ser fatal. Depois ainda teremos as improvisações de Simão e de Pedro Barbosa. Os raides de Miguel e de Rui Jorge. As preciosidades de João Pinto e de Tiago. Enfim, domingo é dia de “derby”.

Por: Fernando Badana

Sobre o autor

Leave a Reply