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«Demitam-se, é um favor que fazem à Polícia»

António Amoroso pede a demissão do ministro da Administração Interna e do director nacional da PSP

«Sr. Ministro da Administração Interna, Sr. Director Nacional da PSP demitam-se, é um favor que fazem à Polícia, dêem o lugar a pessoas com capacidade para orientar eficazmente uma corporação como a nossa». É assim que António Amoroso, dirigente sindical da Associação Sócio-Profissional de Polícia/Polícia de Segurança Pública, reage à falta de qualidades físicas e humanas em que se encontra a PSP em Portugal e designadamente na Guarda.

As mesmas armas «obsoletas», viaturas algumas «já a cair de podre», os vencimentos cada «vez mais diminutos», as instalações «cada vez mais velhas, diminutas e degradadas», os fardamentos «inadequados» às rigorosas condições climatéricas das cidades mais frias, como a Guarda e outras do interior, o atraso nas promoções dos agentes e chefes, entre outras questões estão na origem deste protesto. É por isto tudo que a «desmotivação é geral», realça Amoroso, lembrando nomeadamente o comando da PSP da Guarda onde há vários anos vem sendo prometido um novo edifício que ainda não passou de simples promessa. O dirigente sindical deixa inclusive uma sugestão: «Porque não mudar o comando da Polícia para Gouveia e ficar na Guarda apenas uma esquadra?», ironiza, afiançando ter a certeza que ali a PSP «seria mais bem aceite e melhor tratada», pois basta ver as «boas» condições em que a esquadra daquela cidade está instalada, fruto da «boa vontade das autoridades locais, coisa que não se vê na Guarda», argumenta. António Amoroso chega mesmo a solicitar ao bastonário da Ordem dos Advogados, Miguel Júdice, que recentemente visitou alguns estabelecimentos prisionais, para vir à cadeia e à PSP da Guarda, que continua «nos fundos do Governo Civil».

De há 25 anos a esta parte, o dirigente sindical constata ainda que na “cidade mais alta” os bombeiros já construíram dois quartéis, a Câmara Municipal encontra-se instalada num edifício moderno e espaçoso, no qual «só os corredores davam espaço suficiente para alojar uma força policial como a PSP da Guarda»; a Polícia Judiciária, que se encontra sediada nesta cidade há «muito pouco tempo» comparativamente com as restantes forças de segurança, irá ter novas instalações dentro de pouco tempo; enquanto as Polícia de Segurança Pública «continuam a ser tratada como o parente pobre do Governo». Quanto aos processos disciplinares, «amontoam-se nos gabinetes dos instrutores», contando que só no comando da PSP da Guarda este ano já vai em mais de 30, cujas consequências se revelam na «desmotivação» por parte dos agentes em servir o cidadão, «quem sai mais penalizado», conclui Amoroso.

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