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“Demência e doença de Alzheimer” em debate

Uma doença sem causa conhecida e sem cura, com alguns casos na Guarda

Decorre hoje uma sessão científica sobre “Demência e doença de Alzheimer”, no auditório da Sub-Região de Saúde da Guarda. Alzheimer é uma doença degenerativa do cérebro, sem causa conhecida e sem cura. Afecta actualmente cerca de 70 mil portugueses e está a aumentar devido à cada vez maior esperança de vida. No concelho da Guarda também já há alguns casos.

«Alzheimer é uma doença degenerativa responsável por 50 por cento do total de demências primárias», diz Emília Pina, coordenadora da Sub-Região de Saúde da Guarda. O principal sintoma desta doença «é a amnésia, mas há outros sinais de alarme», frisa a responsável. Os sintomas aparecem lentamente: a pessoa perde a memória recente e não encontra palavras para se expressar. Com o tempo é igualmente afectada a capacidade cognitiva, laboral e social, até o doente perder a sua autonomia. «Uma pessoa com Alzheimer pode dizer chuva quando o que pretende dizer é chave», exemplifica Emília Pina. Apesar de ainda não haver cura, há medicamentos para retardar o efeito da doença. Por isso, «deve-se consultar o médico quando surgem pequenas alterações cognitivas ou alterações de comportamento, a partir dos 50 anos», alerta a coordenadora. E para ajudar o doente é necessária «muita compreensão e comunicação, enfim, ajudá-lo a ultrapassar a própria doença», recomenda.

Quanto à sessão científica, durante a manhã será apresentada uma programação para profissionais de saúde. José Valbom vai falar sobre o panorama epidemiológico do distrito. Enquanto João Correia abordará o tema “Demência: diagnóstico e complicações associadas”. Isabel Santana e Pissarra da Costa falarão sobre a doença de Alzheimer, aspectos clínicos e o tratamento. Durante a tarde o seminário destina-se a cuidadores formais e informais. Como se manifesta e qual a evolução da doença será apresentado por Isabel Santana, enquanto Catarina Cunha trará “Aspectos específicos”. “Como apoiar e tratar doentes com demência” é o tema do último painel, que terá como oradores Rosário Cardoso, Alice Almeida, Isabel Santana e ainda um elemento da Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes de Alzheimer. Segundo João Correia, um dos intervenientes, «há muitos casos de demências no concelho, mas nem todos são de Alzheimer». As demências são todas as situações que levam a uma perturbação cognitiva: «Geralmente as pessoas lembram-se mais do passado», explica, adiantando que a doença surge precocemente e deixa as pessoas dependentes «prematuramente». Sendo este um concelho com uma grande percentagem de população envelhecida, «é natural que existam alguns casos», conclui. A iniciativa é organizada pela Administração Regional de Saúde do Centro, Sub-Região de Saúde da Guarda e a Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes de Alzheimer. Um projecto do Interreg que tem como chefe de fila a ARS Alentejo e parceiros como a SRS Guarda e Castelo Branco, Universidade de Évora e a Junta de Extremadura.

Patrícia Correia

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