Os trabalhadores da Delphi aceitaram a proposta da empresa para o cálculo das indemnizações a conceder aos mais de 500 funcionários que serão despedidos até ao final do ano. A administração concordou, na semana passada, em pagar dois meses por cada ano de trabalho de serviço – a lei estipula um apenas –, comprometendo-se ainda a apurar esse valor com base na média salarial dos últimos 14 meses.
No entanto, na quinta-feira, a Delphi avisou os sindicatos que esta seria a sua «última proposta», adiantou o coordenador do Sindicato dos Metalúrgicos dos Distritos de Aveiro, Guarda e Viseu. Após uma reunião de quase cinco horas, Júlio Balreira reconheceu que esta proposta é um «salto significativo» face ao previsto na lei e destacou o facto do cálculo das indemnizações incidir sobre os ordenados do último ano. «Os valores a pagar serão um pouco mais elevados, pese embora a média dos salários praticados na empresa seja relativamente baixa, na ordem dos 560 euros», afirmou, considerando que nesta negociação «pouco mais havia a fazer». Quanto aos critérios a utilizar no despedimento, o sindicalista revelou que a administração garantiu que não vai dispensar mais do que uma pessoa por família. «Também não haverá discriminação de quem assumiu tarefas sindicais na empresa, ou outras. Os critérios têm que ser objectivos», defendeu Júlio Balreira. Entretanto, o Bispo da Guarda apelou à Delphi para que não despeça todos os membros de um agregado familiar: «Deixar um elemento é uma forma de exercer a responsabilidade social da empresa», disse D. Manuel Felício.
