A Delphi Guarda tem laboração assegurada até 2009. A garantia foi dada recentemente ao presidente do município pelo director da fábrica instalada na zona da Estação. «Foi muito claro ao dizer-me que a unidade continua a laborar com estabilidade a todos os níveis e que até 2009 não se prevê qualquer diminuição no contingente de trabalhadores, de encomendas e muito menos na laboração», adiantou Álvaro Guerreiro no decorrer da reunião de Câmara.
A informação veio tranquilizar a cidade numa altura em que se avolumam as incertezas quanto ao futuro da maior fábrica do grupo norte-americano no nosso país. As recentes notícias sobre a crise global da Delphi e a possibilidade de fecho da unidade guardense, a maior empregadora do concelho com 1.100 trabalhadores directos, têm gerado enorme preocupação. A crise do sector automóvel está na origem dos problemas do maior fabricante de cablagens do mundo. O alerta soou há três semanas nos Estados Unidos quando o próprio presidente da Delphi, Steve Miller, admitiu o cenário da falência durante a apresentação dos resultados do primeiro semestre de 2005. Os 274,5 milhões de euros de perdas terão reforçado a necessidade de continuar com o plano de reestruturação da multinacional, que prevê uma redução de 8.500 empregados pelo mundo até final do ano.
Um cenário que ainda não se põe na Guarda, acredita o autarca após a reunião com o responsável da unidade. «Estamos mais tranquilos, mas o assunto continua a ser uma fonte de preocupação dado o elevado número de trabalhadores e as repercussões sócio-económicas que qualquer alteração anormal da laboração terá a nível local», sublinha. Nesse sentido, Álvaro Guerreiro já solicitou uma audiência ao ministro da Economia. «Este é um problema a prazo», desconfia o vereador do PSD, Crespo de Carvalho, para quem já é necessário «começar a reagir antes que as coisas aconteçam».
